29 de janeiro de 2011

Companheiros de viagem

Ontem apareceu-me um velho amigo no Facebook. Adicionei-o, que é o que os amigos fazem no século XXI quando não se encontram há muitos anos e ficámos um bom bocado no chat, que também é uma coisa nova para quem quer poupar em telecomunicações (e eu bem preciso). Foi bom "revê-lo", saber da sua vida, falar sobre histórias antigas e pôr a conversa em dia, basicamente. Espero revê-lo, sem aspas, o mais cedo possível.

Introspectivo como Deus quis, fiquei a pensar na amizade, no que significa e tal, essas coisas, e embora abone a meu favor o rol de telemóveis destruídos e perdidos, e os números de telefone, com eles desaparecidos, recriminei-me por negligenciar o contacto com tanta gente, remorso este que o Facebook, honra lhe seja feita, tem apaziguado de quando em vez. Tive oportunidade de referir a este velho amigo que embora eu não seja pessoa de andar a ligar a toda a gente por dá-cá-aquela-palha (linda expressão portuguesa), lembro-me amiúde (outra) das pessoas de quem gosto, quer as tenha visto ontem ou há 10 anos. Acredito que bons amigos reatam a conversa como se nada fosse, independentemente do tempo que passou desde o último "até logo". É como se perguntássemos "onde é que eu ia?". Ainda assim tal não me serve de desculpa, que fique claro, que eu não sou homem de consciência leve, nunca fui, nem espero que alguma vez venha a ser. É bom saber de quem nos lembramos e gostamos, num limite de tempo razoável, mea culpa, mea maxima culpa.

Eu tenho uma natureza tímida, traço que julgo conhecido por quem me está próximo, e não obstante as limitações que daí advêm, granjeei ao longo da minha vida inúmeras amizades que tenho como verdadeiras e baseadas na frontalidade, amor (isso mesmo) e respeito. Procurei sempre explicar aos outros quem eu sou, consciente da responsabilidade que tal exige, em troca. Não estando a ingenuidade nos meus traços mais evidentes, confiei no meu juízo sobre os outros e só por uma vez, que me lembre, senti o sabor amargo do desapontamento, algo que me magoou na exacta proporção da confiança que depositei, isto é, muitíssimo. Tirando a excepção, posso dizer que tenho um grande património como ser humano porque não é tarefa fácil nem de somenos, ser fiel depositário das vicissitudes de tanta e tão boa gente. A amizade é para mim transversal, e tanto pode acontecer com um estranho como um familiar, isto porque ser amigo de um irmão enriquece o ser irmão, e ser amigo de uma paixão, enriquece a relação.

Tudo isto para dizer que, não pretendendo dissertar sobre a amizade como sentimento, longe de querer usurpar o lugar dos poetas no seu esforço hercúleo de versar sobe o indizível, me sinto obrigado a agradecer a partilha que os meus companheiros de estrada me dedicam, a piada fácil, a palmada no ombro, o olhar cúmplice, a história comum mil vezes repetida, e em última análise, a simples e tantas vezes sub-valorizada companhia, o "estar ali", para o que der e vier. Na minha enorme ignorância presumo que a caminhada é solitária, em geral, ninguém faz os nossos passos, por mais perto que esteja, ninguém, creio, faz o nosso último metro...mas é tão mais fácil quando um amigo está à distância de uma mão estendida, quando temos verdadeiros companheiros de viagem. Agora chamem-me lamechas que eu não estou nem aí, cambada de gente de quem gosto.

27 de janeiro de 2011

A actualidade por pontos...

1. As eleições não registaram surpresas por aí além, Cavaco ganhou tranquilo, como se esperava, Alegre perdeu em grande, como se esperava, e a abstenção, Nobre (bom resultado) e Coelho, repartiram os votos de protesto, como se esperava. Em alguns aspectos no entanto, este acto eleitoral foi tudo menos previsivel. Vejamos, um amigo meu foi votar comigo e foi-se embora indignado porque tinha cartão de cidadão e não esteve para ir para as filas para saber qual o seu n.º de eleitor, facto que se repetiu pelo país e obrigou um Ministro, o da Administração Interna se não me engano, a pedir desculpa aos portugueses. Caso mais grave aconteceu com uma amiga minha, que na mesa de voto, foi informada que não podia votar porque supostamente já tinha votado (?!?) Moral da história, não votou, nem da primeira, nem da segunda vez, o exercicio de voto foi-lhe vedado. O encolher de ombros geral perante a sua indignação levou-a à denúncia da situação na televisão, tornando assim público um erro/fraude que se espera não aconteça sem que se saiba por outras freguesias. Fez bem, foi corajosa e denunciou, bravo. Como ela dizia, isto aconteceu em Portugal, não no Ruanda.

2. A agitação em África alastra-se, confirmando o que escrevi aqui. O Scirocco, ou vento de esperança como lhe chamei então, está em movimento. A verdade é que o fenómeno parece cada vez mais sério e segundo o DN, "o Governo português desaconselha viagens para o Egipto". A coisa preocupou-me de forma particular, porque o meu irmão deveria estar a voar neste momento para lá, com um grupo grande de turistas. Felizmente, já sei que a viagem foi cancelada. Ainda bem, queremos-te por cá, safe and sound :)

3. Ontem cheguei a casa e deparei-me com um monstro à minha janela, mais própriamente no Tejo. O porta-aviões norte-americano USS Enterprise, de propulsão nuclear, está ancorado bem à minha frente e como refere o IOL, "o desassossego em que por este dias se transformou a barra do Tejo é proporcional à dimensão do navio que acolhe: uma babel de 18 andares e quase 350 metros de comprimento (por 80 metros de largura) - «uma pequena cidade», como sintetiza a tenente René Martinez. ".
Não sei se me sinto mais ou menos seguro com uma das maiores máquinas de guerra criadas ali estacionada ao lado (5.000 novos "vizinhos" e 368 aviões), mas é indesmentivel que proporciona um grande espetáculo (lindo também à noite, quando acende o n.º "65"). Os cacilheiros, parecendo barcos-a-remos ao pé daquilo, vão e vêm, e calculo que as meninas do Cais-do-Sodré e arredores não tenham mãos a medir...Gostava de vos mostrar fotos tiradas da minha sala, mas o meu T.M. não faz juz ao que os olhos veêm. Tragam uma jola que eu proporciono-vos a vista ;)

4. O pequeno furacão canino foi finalmente baptizado, é o Kiko. Acho que não está mal (não foi um ex-Barcelona e Real Madrid?). Agradeço as sugestões de todos , foram devidamente ponderadas (salvo Wuta, lamento Tio Bouça) mas a dona teve a última palavra. O doido já conseguiu puxar o fio do T.M. até levar com ele na tola, o que não deverá contribuir muito para a sua sanidade. De qualquer modo, cão que se preze é assim mesmo, independentemente do seu tamanho, dá-lhe Kiko, just do it.

25 de janeiro de 2011

O amor é lindo.

"Vão continuar congelados, à ordem do tribunal, os 15 milhões de euros ganhos num prémio de Euromilhões, em 2007, por Luís e Cristina, o ex-casal de namorados de Barcelos que se desentendeu quanto à divisão do prémio. Cristina Simões, 22 anos, não concordou com a decisão do Tribunal de Barcelos, de dividir o prémio em duas partes iguais, e decidiu recorrer da sentença." Correio da Manhã, 25 de Janeiro de 2011

aqui me tinha referido a este caso mas confesso que me faltam mais palavras. Ocorriam-me então expressões como ganância e estupidez de alguém que não tinha nada antes, e agora quer tudo, mesmo vendo o dinheiro congelado há quase 4 anos, e perdendo óptimos anos de vida sem o gozar. A justiça portuguesa entretanto, com pouco que fazer, também andava a ser ocupada por este disparate e assim, um juiz lá achou que metade chegava e sobrava a esta rapariga para ter tudo o que antes nem se atrevia a sonhar e assim o decidiu finalmente, para alivio das pessoas sãs. E viveram felizes para sempre, ainda que cada um para seu lado? Não, ela recorreu da sentença porque não aceita, quer tudinho para ela ou para os pais ou para quem quer que lhe anda a sugar o sangue e assim vai até ao fim. Convenhamos, isto está pela hora da morte e da maneira que a vida está, 7,5 milhões de euros não dão quase para nada...Pergunto: Quantos de vocês aplaudiriam de pé se algum juiz do Supremo conseguisse decidir de forma a doar a parte dela à solidariedade, deixando-a só com as despesas dos advogados e as custas judiciais? Eu! Eu! Eu!

Nota: Quando é que será que o amor entre eles morreu? Foi logo a seguir ao conhecimento e partilha da sorte que os abençoou ou ainda demorou mais uns minutos a arrefecer e congelar definitivamente?

23 de janeiro de 2011

Vida de Cão

Chegou um pequeno furacão a casa da minha princesa, um Terrier Yokshire com 2 meses. Não se deixem enganar pelo tamanho do gajo, é bem pequeno sim, mas não pára quieto e já ladra para uma garrafa de água de plástico e tudo, é um ganda maluco!

Ainda não tem nome nem nada, por mim era Totti ou Bob, mas aceitam-se sugestões...

21 de janeiro de 2011

Não fique de fora, seja um doador.

Dia de recibos na Câmara Municipal de Sintra, antecipação, excitação e comentários para o lado, resignação, encolher de ombros. Há cortes maiores e menores distribuidos um pouco por todo o lado.

Da minha parte, feliz por contribuir para o país, escusam de agradecer, façam é o obséquio de o usar como nunca usaram antes, isto é, com inteligência, rigor e critério, e se não for pedir muito, com honestidade. Peço-vos, não o distribuam entre vocês, sua cambada de incompetentes, para não dizer pior. Eu já doei, e você, o que é que está à espera?

19 de janeiro de 2011

Scirocco - Ventos de esperança...

Há um vento que se ergue na Tunísia, que se adensa, ganha velocidade e percorre o deserto e as cidades, em especial Tunes, a capital. Há um misto de violência e romantismo nas ruas. Por um lado cidadãos, na maioria jovens, que ora protestam, ora abraçam soldados e lhes oferecem flores, e por outro, soldados que ora disparam gás e balas reais, ora hesitam e se envergonham perante os seus irmãos tunisinos.

Este povo está farto da ditadura do presidente Ben Ali, que chegou ao poder há mais de 20 anos pela força de um golpe militar, está farto dos aumentos consecutivos dos preços dos bens de primeira necessidade, está farto de desemprego, está farto de atropelos à sua liberdade de expressão, de prisões arbitrárias, de fraudes eleitorais que dão vitórias de 99,9%, está farto, pronto. Para nós portugueses, parece haver algo de 25 de Abril em tudo isto. Este povo é muçulmano (mais moderado que outros mas muçulmano) e clama por democracia, veio para as ruas e escorraçou o seu presidente para França, preparando-se agora para escorraçar os membros do anterior regime que tentam misturar-se e sair incólumes no governo transitório que se constituiu. Este povo está a conseguir algo, que até há bem pouco tempo era impensável, espalhando inclusive, uma semente que se alastra a nações africanas vizinhas como a Argélia, o Egipto e a Mauritânia.

O Scirocco, é um vento muito quente que sopra do deserto, os tunisinos chamam-lhe Chili. Pelo Norte de África sente-se algo no ar, viaja entre as dunas do deserto, entre os edifícios e sinagogas, e traz o perfume agridoce da esperança, a antecipação da mudança, a adrenalina da revolta, a inspiração da justiça entre os homens. Tomara chegue aqui depressa, que já estamos fartos de tanto inverno. À atenção dos povos…

"Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'." Bob Dylan - Times they are a-changin'

17 de janeiro de 2011

Ano 1

Sábado passado, precisamente a 15 de Janeiro (coincidentemente, dia de aniversário da Suzy), este blog fez um ano de idade. Já vai dando uns passinhos atabalhoados e diz Mamã e Papá. Como sou distraído com estas coisas das datas, só hoje me apercebi disso, por isso peço desculpa ao bébé Fil de Lisboa. Pelo marcador de visualizações de página ali ao lado, sinto que muita gente aqui vem dar uma vista de olhos regularmente. Só este facto, já me deixa contente e já faz com que valha a pena (parece small talk mas é mesmo assim, os bébés não mentem...).

A casa é vossa, apareçam e participem, não se acanhem, gosto de vos ver por cá e para os mais timidos, gosto de saber que cá andam ;) Vá lá, toca a aparecer que eu preciso da vossa atenção e carinho para crescer, e ficar mais sábio e confiante.

Parabéns a todos!!!

16 de janeiro de 2011

Ciao

O maior erro deste senhor, para além dos erros de casting a nível de recrutamento de direcção, treinador e jogadores, é deixar o Sporting num patamar tal, que permite a um principiante de nome Catita insultar-nos em nossa casa e ainda se rir no final do jogo. A melhor decisão de Bettencourt, por outro lado, é sem dúvida o seu pedido de demissão. Bravo, só lamento que tenha demorado tanto tempo (quem vier vai ter de confrontar-se com todos estes problemas na folha de salários do clube). Haja esperança e viva o Sporting!

14 de janeiro de 2011

Numa galáxia, longe daqui...

Lendo um post do sempre interessante blog "Bitaites" (link ali ao lado) deparei-me com este parágrafo:

"Deus encheu-nos a cabeça de sonhos e o Universo de sinais que dizem Proibido Sonhar. Nem sequer temos direito a uma percepção correcta do Tempo: como a luz das galáxias demora x anos a chegar a nós, estamos a vê-las como estavam no momento em que a luz de lá partiu na nossa direcção. A galáxia Andrómeda que os astrofísicos e astrónomos nos revelam existiu há dois milhões de anos."

Isto deixou-me a pensar. Quer dizer, imaginem que daqui a 2 milhões de anos alguém, algures num planeta  em Andrómeda, olha pelo seu telescópio hiper-potente e hiper-high-tech e vê uma imagem muito para além da mera luz reflectida do Planeta Terra. Imaginem que vê com nitidez os prédios, os automóveis e as pessoas. A imagem que ele vê nem sequer é um snap-shot, movimenta-se, tem vida, cumprimenta alguém, ajeita o colarinho e atravessa a estrada rumo ao emprego, vive mais um dia da sua vida...O que me causa impressão e agita a minha racionalidade é que esta pessoa que o ser de andrómeda vê em directo não existe, morreu há 2 milhões de anos, mais ano, meno ano. O próprio planeta e o seu Sol já não existem, e no entanto ali está aquela pessoa, lembrando-se que ainda tem que passar pelo super-mercado, que se esqueceu de comprar cigarros. É neste estranho Universo que habitamos, onde o espaço e o tempo se estendem muito para além das fronteiras que julgamos conhecer. Paradoxalmente, é na ciência que Einstein, Kant e outros tentaram descodificar que eu imagino Deus, sinto-o em qualquer programa sobre planetas e galáxias, estrelas e cometas. Porque será?

13 de janeiro de 2011

Vitória de Pirro?

A expressão recebeu o nome do rei Pirro do Épiro, cujo exército havia sofrido perdas irreparáveis após derrotar os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C., e na Batalha de Ásculo, em 279 a.C., durante a Guerra Pírrica. Após a segunda batalha, Plutarco apresenta um relato feito por Dioniso de Halicarnasso: (...) Pirro teria respondido a um indivíduo que lhe demonstrou alegria pela vitória que "uma outra vitória como esta o arruinaria completamente".

Na sequência do post anterior e porque eu próprio já tinha manifestado sérias dúvidas quanto ao optimismo gerado pela colocação de divida de ontem, socorro-me da recente opinião de um Nobel da Economia que já tive oportunidade de ler ("A Crise de 2008 e a Economia da Depressão") e que julgo merecer, no minimo, alguma atenção:

O Nobel da Economia alerta que mais sucessos como o do leilão português de ontem e a periferia europeia será “destruída". Na apreciação que Paul Krugman faz no seu blogue, o economista considera a taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa "pouco menos que ruinosa".

10 de janeiro de 2011

Relembrar 1979 ?

Actualização: Entretanto a operação de colocação de divida não parece ter corrido nada mal, vá lá, vá lá...

Em Setembro de 2010 relembrava José Mário Branco e postava aqui a possibilidade do monstro FMI aterrar na Portela. Três meses volvidos e o papão parece já ter os bilhetes comprados...

(...) Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...(...)


José Mário Branco, 1979
 
Confesso que me sinto dividido com esta questão, se por um lado temo medidas ainda mais pesadas em cima das actuais medidas (já de si pesadas), por outro não vejo racionalidade em entregar parte do meu salário e todo o esforço dos meus impostos nas mãos dos incompetentes que nos governam e nos trouxeram até este ponto. Seja como for não vejo maneira de saír a ganhar. Medo, muito medo...mas também coragem caramba, isto é um povo habituado ao fado e à tragédia, não há-de ser nada.

9 de janeiro de 2011

Rescaldo de uma noite de tempestade

O Sporting ganhou ao Braga. Estou satisfeito, não o nego, prefiro assim e até me dá jeito para o e-golo. Mas vejamos:

Decorridos 10 m de jogo, e ainda o Sporting não tinha passado o meio-campo. Postiga saiu lesionado o que bem pode ter sido uma bênção, já que entrou Salomão e Valdés passou a jogar na posição onde melhor joga. Dito e feito, a equipa ataca pela primeira vez e marca, com uma habilidade do miúdo Salomão. Passados 2 minutos marca novamente, por Valdés, e a coisa parecia preparar-se para uma noite louca quando Liedson isolado é travado por...Paixão. Foi o período da "perfect storm"! Pouco depois, ainda estavam os adeptos a tentar perceber se aquilo era o Sporting que ali andava e chegava a confirmação, falha monumental da defesa e golo do Braga. Era o Sporting. Este golo e os baldes de água fria que S. Pedro despejou em Alvalade durante quase toda a partida serviram então para voltarmos todos à realidade. A partir daí, o Sporting fez-se demasiado sério, carrancudo, não soube matar o jogo e limitou-se a sofrer, a ver Polga a disparar bolas para a frente (quando é que isto acaba?), a ver passes transviados em situações ofensivas e a ver a incapacidade do Braga em chegar ao golo que lhe daria o empate. A 2.ª parte foi muito fraca e o Sporting não conseguiu esconder as fragilidades que o assolam. Não dá para ter ilusões, meus caros, mas deu para os 3 pontinhos.

7 de janeiro de 2011

Free Fallin'

Finalmente, ao dia 7 do mês de Janeiro do ano de 2011, começo a tomar alguma consciência do mundo que me rodeia. Esta gripe que começou pela garganta, depois pelo nariz, que passa pelo corpo e dá um ar da sua graça com febre à noite para depois voltar à garganta e atacar com tosse impiedosa, parece afrouxar para dar uma oportunidade ao corpo e aos sentidos de se aperceberem que estamos mesmo em 2011, o tal ano de todos os medos e restrições financeiras e de que todos nós, portugueses, devemos ter consciência.

Eu, que como sabem vejo as coisas com grande antecedência, tudo temo e nada temo, é assim, assim sou. Por um lado prevejo o pior e por outro acho que nada pode ser assim tão mau, sou afinal uma espécie de rede, a aguardar prova da trapezista que falha o abraço do companheiro. É preciso que alguém caia para que a testemos. Não sendo muito amigo de cair sem mais nem menos, embarco com facilidade no salto simples com pirueta, embarco afinal no que aprendi a fazer com alguma segurança e não saio muito disso, sou um homem maduro.

É neste trapézio que eu me movimento e assim seria feliz a vida toda se não tivesse uma impressão estranha cada vez que assim tento viver, o salto que sempre fiz e aperfeiçoei deixa de repente de ter tanto significado, é preciso aumentá-lo, duplicá-lo, sou subitamente incompleto, e assim persisto, adicionando aqui e ali, fazendo um pouco mais, tentando mais um gesto ou movimento, à procura da acrobacia perfeita. Em 2011 quero um trapézio de confiança, o resto farei eu.

6 de janeiro de 2011

É do baralho...

Candidatura de Alegre insiste em questionar Cavaco sobre acções da SLN in Público

O tema é sensivel, claro, e Cavaco, formatado para uma campanha que se assemelha a um passeio no parque ao Domingo, não consegue esconder o incómodo. Os opositores sentiram o sangue, viram ali a última oportunidade de abanar as coisas, e claro está, mandam-se ao osso como hienas. Os jornais, esses agradecem, já não sabiam como agitar esta campanha presidencial sensaborona, e assim sempre têm matéria para uns dias. Tudo normalissimo.

Enfim, desta vez nem me interessa discutir se houve ilegalidade e imoralidade no lucro astronómico do Sr. Anibal, tanto que tal coisa será impossivel de provar (ainda mais neste país), interessa-me antes constatar como a politica se tornou previsivel, os politicos com ela, e os media com eles. Pior, pior, só mesmo o meio-campo de Paulo Sérgio. Baralhar e tornar a dar não chega, o problema é mesmo do baralho, tragam antes um novo....

4 de janeiro de 2011

Breves

Meus caros, bem-vindos a 2011, eu tenho andado doente e num esforço hercúleo para que a coisa passe sem médicos nem sistemas de saúde à mistura. De resto estou esperançoso contra todas as dificuldades que se avizinham em 2011, não me perguntem porquê porque não é muito racional, é mais uma vontade.

Reveillon passado no Urban Beach, sitio muito "in" e com o Tejo como envolvente. Boa companhia, boa comida, boa animação...Adorei sinceramente, a princesa também, e pouco mais me interessa que isso. Lindo fogo-de-artificio, by the way (quando tiver fotos publico algumas).

Sporting entra em 2011 a ganhar mas não promete nada de novo, as mesmas caras, Maniches, Djalós e Postigas, P. Sérgios e uma nova cara, outro assalariado para engrossar o corpo dirigente leonino de nome Couceiro. Enfim, não vou começar o ano com demasiadas criticas...valeu o golo de Liedson, elemento de classe superior mas infelizmente, em fim de carreira.

Bem-vindos ao novo ano pois então...