12 de dezembro de 2013

Feliz Natal

A experiência deste Natal de 2013 diz-me que:

- Não sei se haverá mais ou menos pessoas deambulando por Centros Comerciais este Natal. Eu fui fazer as compras há 2 dias, num dia de semana e à hora em que dava o Benfica, pelo que, para além de evitar encontros com delinquentes desocupados que me levassem as prendas compradas com tanto esforço, ainda beneficiei de alguma acalmia que certamente não terá quem deixar a coisa para a última hora, e em especial para o fim-de-semana. Assim, não sei se a crise abrandará o movimento de pessoas frenéticas e irritadas a comprar 1.001 coisas, mas desconfio que será o mesmo de sempre, ou seja, muito...

- Encontrei angolanos na FNAC a comprar livros e CD's como se não houvesse amanhã. Há investimento estrangeiro portanto. Trazem crianças que produzem guinchos estridentes e desconfio que foram instruídos a isso pelos pais como forma de vingança pelos anos de colonialismo que lhes foram impostos. Eu senti-a na pele, caramba, e era fria e cortante...Não sei de onde lhes vem o dinheiro para apanharem um avião que os traga às compras a Portugal, mas como o país não se chateia nada com isso, mesmo quando lhes compram empresas mais ou menos estratégicas por atacado, também a Fnac, a Gant ou a Lacoste não se deverão importar. Quanto ao dinheiro que fica efectivamente por cá via impostos, desconfio. Se o próprio Soares dos Santos leva os lucros da couve que comprámos com 50% de desconto para a Holanda, quanto mais estes...

- O mercado continua a funcionar razoavelmente com base na velhinha lei da oferta e procura, isto é, se os CD's e os DVD's não vendem (a malta vai aos Torrents que é mais barato), baixam-se os preços para níveis que nos fazem pensar porque eram tão caros antes...o mesmo se aplica a produtos de consumo vários, normalmente não essenciais, que de repente se tornaram apetecíveis (porque é que não levo antes este Rosé a metade do preço em vez do Tinto e assim ainda passo por um tipo moderno?). Já pelo contrário, e seguindo a velha máxima que pelas crianças nós fazemos tudo e que eles não têm culpa pelos irresponsáveis votados e votantes que respectivamente desgovernam ou se deixam desgovernar neste país, coisas como Playstations ou Nintendos XPTO e afins, competem com o preço do Ouro nos Mercados Financeiros. As Barbies também, mas o mesmo se aplica a coisas como o Kilo de Nozes e do Bacalhau da Noruega. No geral, vá, no geral, talvez a crise tenha baixado ligeiramente os preços, mas nós também temos menos na carteira e eles sabem (há estudos de elasticidade para isso, sabem?), que se esticassem demasiado a corda, os lucros paravam de crescer 30% ao ano...

- Gosto muito do Natal, gosto muito do convívio natalício, das pessoas que amo (este ano não tenho todas as mais chegadas, infelizmente) e também das couves, do Bacalhau e das filhós, mas odeio tudo o que implica chegar ao Natal. A excepção deste processo em 2013 é que se passa alguma coisa de estranho com o Sporting, mas prefiro estar calado até chegar o dia 25. Ah, e gostava de ver neve como nos filmes americanos e nunca vejo!

26 de novembro de 2013

A governação em 4 parágrafos:


A actual interpretação de equidade é simples. O que existir de pior no sector privado ou público, é para ser aplicado num ou noutro. Esta é a estratégia.

A táctica segue-se depois. Propor essas medidas de austeridade em leis sucessivas e desafiantes à Constituição e despeja-las em catadupa no Tribunal Constitucional até que, após constantes pressões internas e internacionais, algumas vão passando.

Entretanto, com a ajuda dos inocentes e incautos portugueses, lança-se uma campanha de guerrilha entre sector privado e público para que uns, aplaudam os cortes e as violações dos direitos dos outros, aplausos esses que só se silenciam, quando finalmente descobrem que eles próprios, e em nome da estratégia de equidade acima indicada, alinharão inevitavelmente pelos cortes e violações de direitos dos outros.

Simples não? É a austeridade estúpido!

Nota Adicional:  Não esquecer que esta mesma gente que acredita realmente neste caminho de mão-de-obra barata e qualificada, finalmente desprotegida, vergada ao poder da entidade patronal, e esperando ansiosamente por emprego escravo de uma qualquer multinacional chinesa ou angolana (ou alemã na menos má das hipóteses), não é cá de trabalhar muito nem nunca foi, e se porventura o fizeram alguma vez foi em nome de objectivos pessoais, como andar pelas sucursais das “Jotas” e respectivos Partidos a conspirar pela sua ascenção. Eventualmente lá se prestaram a estudar um bocadinho aos 40 anos (outros nem isso, como sabemos) e até se deslocaram uma vez ou outra à empresa onde entraram como Vogais ou Administradores (o primeiro emprego, finalmente), mas trabalhar que é bom, é para os outros, até porque a reforma já está aí à porta, generosa e plácida, assim larguem a governação deste país de tolos mansos.

13 de novembro de 2013

Por que escrevo?


Ter a força para te dar força, ir buscar à alma cansada, a alegria. Fazê-la aparecer, dar-ta a beber, mas não só, fazê-la correr, transbordar, para que encha o teu cálice. Procurar saídas, abrir portas e janelas, mostrar-te paisagens intocadas, sem sulcos de guerra, sem feridas do Homem, apenas esperança, na forma de horizonte. Olhar o mar sem sombras negras, sem vagas mortíferas, aniquiladoras, apenas reflexos solares, tranquilidade, espuma dos sonhos. Aceitar o Céu, saber aceitar, respirar fundo, reordenar o espirito, baralhar, soltar o coração e voltar a dar, voltar a sonhar.

Mas por que escrevo? Para quem? Angustio-me. Porque não ris? Porque não brilham os teus olhos? Porque dormes acordada? Porque estou assim, porque é assim. Resigno-me. Porque não é fácil, porque a rotina dos dias fazem esquecer, porque nos fazem esmorecer. Não, debato-me. Será diferente, não te apagues, não te entregues, não te feches nesse lugar. Vislumbro por fim. Nenhuma montanha conquistarás, sem que antes a invejes, do fundo do vale, nem será doce o fruto se não o conheceres amargo, nenhum luar te iluminará sem as trevas da noite, nem sentirás tão doce a brisa, sem a quentura do meio-dia. Alegra-te porque assim é, assim será para ti, o que vives é a antecipação do sonho, que por momentos esqueceste.

P.S. Só esta dúvida subsiste. Por que escrevo? Para quem? Para ti ou para mim?

8 de outubro de 2013

Caminho


Um caminho liga um ponto a outro, tem partida e tem chegada, e enquanto o percorremos, em cada passo nosso, vivemos. A vida é pois uma viagem, mas sem a habitual pressa de chegar. Ainda assim é avessa a descanso, não nos permite retrocessos, só avanços, e quanto muito, numa dada encruzilhada, oferece a escolha do por onde, mas sempre continuar.

Neste meu caminho encontrei e perdi pessoas, viajantes como eu, percorri e percorro grandes distâncias, felizmente acompanhado. Não gosto de andar sozinho, senão por minha vontade, e mesmo que a dada altura, assim possa escolher, nunca será por muito tempo. É da minha natureza a convivência, o gosto pela partilha dos milagres que a estrada oferece, o reconhecimento da beleza das coisas reflectida nos olhos de outros, sabendo que só assim se amplia nos olhos meus.

A experiência do caminho traz o conhecimento, o crescimento interior. Perder pessoas, por força de morte ou por circunstâncias de vida, dificulta-nos a viagem, traz-nos um vazio que ao invés de nos tornar mais leves, nos pesa na bagagem, como um novo lastro. Quem outrora nos acompanhou lado a lado, parou, ou seguiu por via diferente, deixando-nos um eco de passos, que vai enfraquecendo, até por fim se silenciar. Paradoxo. Que silêncio ensurdecedor é este que me acompanha, que me faz olhar para trás?

Aqui chegado olho à minha volta. Contemplo os campos, os rios e todas as formas de vida, tão perfeitas no seu equilíbrio, vejo o mar imenso, sinto-lhe o sal, vislumbro o céu e seus astros, quase lhes toco. Aqui chegado sufoco um grito, um apelo: Caminhantes que amo e perdi, despedidas que nunca fiz, nem por um dia vos esqueço, pois em cada passo vos levo, e o que eu sou sois vós. E se porventura a noite cair, mesmo a mais escura das noites, nas estrelas vos encontrarei, vosso brilho seguirei. Estivemos juntos na estrada, estejam também à chegada.

23 de agosto de 2013

Mano

Mano, meu mano, de que adianta chorar por uma presença que se afasta de mim a cada hora que vivo? De que adianta pensar que te abraçei e desejei boa viagem há exactamente 6 anos e 2 dias? Nada, certo? São apenas datas, números em quadriculas que são meses, meses em quadriculas que são anos, métricas de vida que aferem o quê afinal? Quantidades de vida? De que adianta esta data de 23 de Agosto, mano?

Pois ainda assim vacilo e revivo, ignorante que sou, relembro-te porque estou aqui, tenho consciência de mim, relembro-te porque sinto os dedos ao escrever, porque sinto a pele esticada daquele teu Djambé e o eco das suas batidas, quando lhe acerto com uma força capaz de acordar o mundo.

A boa viagem era para ser até Tarifa, Espanha, lembras-te? Querias ver as baleias, lembras-te? Mas passaste pela Costa Alentejana para uns dias entre amigos e acabaste por ir mais longe. tão mais longe do que alguma vezes imaginámos...Fizeste bem mano, porque o que está decidido, decidido está, e ninguém conhece os caminhos sem os percorrer, e ninguem conhece os destinos sem lá chegar.


Prometi a mim mesmo não me alongar, porque as perguntas manter-se-ão, sempre: De que adianta chorar? De que adianta esta data, mano? Despeço-me por agora na certeza de que te apercebeste que encontrei alguém que me dá sentido, que aceito melhor esta tua viagem, que te amo mais, que também eu gostava de dar com uma baleia assim sem mais nada, e que se a vir um dia, lhe pedirei para navegar, simplesmente viajar, convicto que o destino é chegar. Dir-lhe-ei que se porventura souber, onde o mar toca o céu, te diga que tu, mano, vives tanto como eu.



20 de agosto de 2013

1 de fevereiro de 2013

NO RAIN FNAC

Olha aí pessoal, isto já parece uma cena a sério ;) Apareçam

Nota: Há obviamente uma gralha porque esta não é a formação original. O baixista original era o Rui Corrêa. Não sei como nem qual a razão para esta falha, mas lamento-a de qualquer modo.

http://www.culturafnac.pt/no-rain/