30 de outubro de 2010

Vá lá, este é para as senhoras...

Estes dois gajos são umas máquinas...e andam emigrados, o que não admira. Mais 2 golos de Ronaldo, a seguir ao póquer da semana anterior (são 12, só na Liga). Entretanto Mourinho também mexeu na equipa e...lá viraram um jogo muito complicado.

29 de outubro de 2010

Faça-se a luz...e fez-se a mulher.

Respondendo a um desafio de um amigo e de forma a animar (e abrilhantar) um pouco as coisas neste espaço, lanço o desafio a todos (homens e mulheres), ainda antes do fim-de-semana: Quem acham mais deslumbrante?

Monica Belucci                           Bo Derek











Anita Ekberg                             Audrey Hepburn












Julie Christie                                 Helen Christensen










 
Catherine Deneuve                    Sofia Loren









      

Brigite Bardot                                     Natalie Wood   












Penelope Cruz                            Kim Basinger    











Natascia Kinsky                            Ornella Mutti












Rebecca Romijn
(Actualização por respeito ao meu amigo Bouça, não a incluí inicialmente porque não me apercebi que era para constar - contarei eventuais votos na caixa de comentários)









Meus caros, acreditem que foi uma lista muito complicada de fazer. Eu e o meu amigo fomos opinando e decidimos fugir a alguns clichés, como a Marylin Monroe. Deu trabalho mas como quero o melhor para vocês, aqui fica, para contemplação, de homens e mulheres (porque a beleza é para todos). Considerem-na uma homenagem às mulheres, se quiserem. Por mim, figuravam aqui a minha mãe, namorada e outras mulheres que admiro, mas seria demasiado egocêntrico...Podem votar na estatistica ali ao lado e comentar aqui a vossa escolha. Desafio-os ainda a acrescentar nomes da vossa preferência à lista de 15 que aqui se apresenta. Bom fim-de-semana.

Nota: prevê-se uma pool final das 5 finalistas mais votadas, até se apurar a preferida.

26 de outubro de 2010

Suzanne Vega...A night at the Hard Rock Café

Agora estou com pressa e tenho que ir trabalhar, mas posso-vos adiantar que ontem valeu bem a pena deitar-me quase às 2 da manhã. Foi uma noite de segunda-feira espectacular, no Hard Rock Café.

















Assim, e em actualização, conforme prometido, devo dizer-vos que para um fã, o encontro com uma artista que se adora e ouve há tanto tempo, é algo raríssimo e que normalmente não acontece numa vida, o que é uma pena. Pois desta vez aconteceu. À quarta audição (pelas minhas contas) de Suzanne Vega num país que ela parece adorar (love you too babe), respirámos fundo, e entre entrevistas várias, lá cumprimentámos respeitosamente esta mulher, poetisa, songwriter, encantadora de serpentes, whatever, que aceitou os nossos elogios com uma timidez inimaginável. Depois de mais um tempo e de mais entrevistas, pensámos que não poderíamos deixar passar a oportunidade de registar o momento numa fotografia para a posteridade, ao que ela acedeu com uma simpatia notável para quem estava ali a aturar tudo e todos há tanto tempo, e depois de um concerto (en passant, lindo, se calhar o que mais gostei).



Ora aí estamos nós, e aí está ela...Ah pois é! Só faltava mandar vir um bom tinto nacional e conversar pela noite dentro numa roda de amigos e...a Suzanne. Mais um bocadinho e tudo pareceria natural, não passasse já da uma hora da manhã e a senhora não tocasse em Barcelona na noite seguinte...Sobrou tempo para um "enjoy Barcelona" e para lhe desejar uma boa-noite de descanso, e assim se fechou o serão...


Nota: Obrigado grande NL, que partilha esta minha admiração pela Vega, e que corajosamente enfrentou tudo para nos proporcionar este momento inesquecível. A lista com o alinhamento das canções usada no concerto também não lhe fugiu (ali em cima), estando pouco depois devidamente autografada, pérola digna de ser guardada e passada de geração em geração, até que alguém a venda no e-bay por considerável fortuna (o n.º que aparece ao lado, é, em minha opinião, a posição do transpositor para cada música). E parabéns meu grande amigo, muitos anos te desejo e cheios de momentos bons como este, e que eu os possa partilhar contigo.

24 de outubro de 2010

Protesto...retirado.

Ahhhh, isto sim, até estou mal-disposto com os nervos destes noventa e pouco minutos...A tragédia, a angustia, o drama, o horror, tudo ali, condensado em Alvalade, tudo ali, de volta. Quais goleadas quais quê!? É assim, sofridinho, um golito a fechar o jogo, o pessoal já sem unhas para roer, rostos transfigurados de tanto sofrimento, pessoal já sem voz de tanto gritar nomes lá para dentro...Retiro o protesto, estou reconciliado. Agora vou ali tomar umas pastilhas Rennie e já venho, que isto está mau...

22 de outubro de 2010

Protesto

Mas que é isto agora? 5-1? A equipa mais goleadora da Europa? Então anda um tipo a criar toda uma postura e filosofia de sofrimento como adepto do Sporting e eles fazem isto? Mas afinal!?! Confesso que cheguei ao intervalo do jogo e senti um vazio...nem nervoso miudinho, nem aperto no estômago, nem raiva contida, nada...faltava aquele velho hábito, aquele sentimento de tortura face à exibição, aquela incerteza do resultado...nada disso, estava absolutamente satisfeito, conciliado, tranquilo e pasme-se, à espera de mais um golito ou outro (como veio a acontecer). Epá, decidam-se...

19 de outubro de 2010

Desabafo e desafio à vossa memória...Keep on rocking!!!


Devia ter cerca de 15, 16, 17 anos, sei lá, quando gravei a minha primeira canção. Gravei-a em casa do meu amigo NL, numa parafernália de ligações a uma mesa-de-mistura emprestada que obrigava a um esquema no papel para não nos esquecermos do segredo de ligações de cabos que punha a coisa a gravar, pelo menos. Não vos consigo descrever o amadorismo de todo o processo, sinceramente, mas tudo aquilo representava, no fim-de-contas, um sentido de missão do caraças, era um feito gravar uma pista de voz, quanto mais outra de viola por cima da mesma. Nessa altura as coisas gravavam-se em cassetes de Chrome Dioxid (na melhor das hipóteses) e com um único microfone, e por cada vez que se acrescentava uma pista, a qualidade da gravação reduzia-se drasticamente. O que é certo é que foi um milagre quando ouvimos pela primeira vez duas pistas sobrepostas e só o meu amigo NL e eu sabemos realmente o que isso representou. É perfeitamente indesculpável eu não saber qual a canção que gravei primeiro (For You? Lone Dreamer?) mas caramba, que se lixe! Não é isso que interessa.

O que interessa é que, por um segundo ou alguns dias ou meses ou anos, acreditámos na música e em todo o processo criativo e emocional que a envolve, acreditámos que alguém pode expressar algo significativo para um mundo que tenha interesse em escutar. Mais adolescente que isto é impossível, certo? O que é incrivel é que anos volvidos, este que não tem alma de performer nem nunca teve, continua a gravar, com condições infinitamente superiores, mas ainda assim de forma tão amadora como outrora e sempre com uma vontade enorme de deixar uma mensagem, uma lição em cada canção...A alma está mais no conteúdo e na harmonia que o envolve. Estúpidamente, continuo incorrigivel neste ponto, sem volta a a dar-lhe, isto num mundo onde o "parecer" vai batendo aos pontos o "ser". Ainda assim insisto em compor, de quando em vez, é algo que me invade e me obriga a pegar no papel, tirar notas e rimar frases, entre um acorde e outro. Persisto. O problema é que já não tenho a crença das primeiras gravações, a alegria contagiante, a convicção para mudar o mundo. Não tenho, em suma, a inocência dos 17 ou 18 anos. Fiquei mais desconfiado quanto às canções, mais descrente. Até posso compor e dizer melhor, hoje em dia, mas sinto-me tão longe daqueles tempos...tão longe...O que eu não dava para termos esta tecnologia de gravação naquela altura, em que a inocência, energia e convicção estavam em estado bruto...Enfim, não sei porque escrevo isto, sinceramente. Não sei sequer porque começei a escrever. Saudades? Vontade de ter feito outro percurso? Sei lá. Se calhar foi só nostalgia daquelas tardes NL, do entusiasmo, do sentimento de construir, de dizer algo, de ser alguém...Esqueçam pessoal, perdoem-me a falta de sentido disto tudo. Aproveitei o espaço para um desabafo, nada mais

...That's why i'm giving all my life, to the one who as the key, to all my life, and to the room were creatures play and worlds spin and burn, around my life, just screaming to the sky....

À atenção dos portugueses...


Mmmm, pneus a arder para servir de barricada, nada mal visto, portos, estradas e zonas industriais totalmente bloqueadas por camionistas e outros grevistas, sim, sim, nada mau, milhares de gasolineiras fechadas em todo o país, esta está muito boa...sim senhor, ora deixa cá anotar...

Nota: Eu, da minha parte, já estou a tirar apontamentos, e vocês?

16 de outubro de 2010

Mudar de tom

Ora bem, calculo que o pessoal aqui do burgo já esteja um pouco cansado de ver espelhada esta amargura que é o país politico e económico (o que me faz inferir isso é o facto de eu próprio já estar cansado de me ouvir/ler). Assim, passemos para algo positivo como algumas sugestões culturais:


- Mark Kozelek, o melancólico e profundo trovador, ex-Red House Painters, toca hoje em Sintra, onde de resto, espero estar presente. "On the day i was born, the rain came down...Ver aqui.

- José Saramago, num documentário intitulado "José e Pilar" estreado na Culturgest. Não sei se passará para o circuito comercial, mas desperta-me muita curiosidade.

- "Submundo", de Don DeLillo, o livro que o meu irmão me emprestou e que repousa actualmente na mesa-de-cabeceira. Um retrato da América muito bem escrito, so far (são 800 páginas, já agora).

14 de outubro de 2010

O louco de Lisboa

Ouçam a voz de um louco, portugueses, ouçam-na. Ouçam uma visão diferente neste mar de palha, neste oceano de mansidão. Esqueçam tudo o que está convencionado. Esqueçam o deficit do Estado e a inflacção, esqueçam a obsessão das metas da Europa, esqueçam as empresas de rating, esqueçam os "mercados externos" (o mais recente e pavoroso papão desde a Cuca, do Sitio do pica-pau amarelo e o Alien de Ridley Scott), esqueçam as medidas de contenção, os PEC's, tudo, esqueçam o que os economistas (quando é que foi a última vez que acertaram uma previsão?), doutores, engenheiros e sumidades afins debitam nos noticiários, painéis, debates, mesas redondas e quadraturas de circulos, esqueçam as análises, previsões, sound-bites e terrores indiscritiveis que se avizinham caso o Orçamento não seja aprovado, esqueçam a romaria dos banqueiros anunciando o Armagedão, esqueçam tudo isso. Desconfiem, desconfiem meus caros...

Quem são estes opinadores que nos entram por casa dentro, cuja caracteristica mais comum é precisamente a apresentação de uma linha comum, é precisamente não discordarem no essencial? Quem são eles? Vejamos, presidentes, ministros, candidatos a ministros, secretários de estado, ex-ministros com reforma dourada, banqueiros, administradores de empresas públicas e semi-públicas, administradores de golden-shares, aspirantes a tudo isto e outros tantos de bons rendimentos e melhor situação profissional, polvilhada com cachés e exposição mediática. Têm estes senhores os mesmos interesses que os meus caros leitores? Desde quando? Nunca. Estes senhores têm e querem manter um status quo, caros leitores, a todo o custo. Têm interesses contraditórios, não entre si, mas entre eles e a populaça, essa gente que por um lado, tem que continuar a trabalhar indefinidamente para os alimentar com impostos e aqueloutros, que lhes apaziguam as consciências, apanhando o pão duro que lhes atiram, ou se for dia de Missa, as sobras do jantar.

Vamos parar com isto, senhores, vamos pensar ao contrário, esqueçam tudo o que têm ouvido, esqueçam mesmo, formatem o disco. Vamos antes partilhar, em vez de reter, isso mesmo, distribuir, em vez de subtrair, invistam em algo realmente útil para o país, criador de emprego duradouro e sustentável, deixem-nos produzir mais, a nós, tratem-nos como gente e que gente seremos, descentralizem o poder que tanto vos apraz mas que nenhuma responsabilidade vos acarreta, responsabilizem-nos a nós, pois, depois paguem-nos proporcionalmente, deixem-nos sentir recompensados, estimulem-nos, baixem os impostos, deixem-nos respirar financeiramente, consumir desalmadamente, deixem-nos incentivar a indústria, o comércio, os serviços, deixem que a oferta se adapte a esta nova procura, deixem que a produção aumente, que cresça, deixem que o PIB aumente até reduzir a pó o rácio do déficit, deixem que o crescimento económico dispare, que as empresas estrangeiras se acotovelem por um cantinho no nosso país, neste novo e admirável país, de alta procura e baixos impostos, importem de novo os nossos pensadores e cientistas, tragam-nos de volta e paguem-lhes o que for preciso, eles que desenvolvam e apliquem as suas ideias inovadoras, mas entre nós, deixem que a Europa abra a boca de espanto, conquistem-na aliás, enviem de novo as Naus para o mundo novo, para os países em vias de desenvolvimento, para o terceiro mundo, espalhem-se e distribuam, distribuam, distribuam, semeiem que colherão. Tirem aos opinadores do parágrafo anterior, se não souberem por onde começar, procurem nas off-shores, levantem o sigilo bancário, vasculhem-lhes os bens, as quintas, as casas de campo, as acções, os fundos de investimento, as jóias das amantes, os andares na Rua Brancaamp, as pensões acumuladas, os diamantes de sangue do velhinho que diz que o povo tem que pagar a crise, tirem o que quiserem, porque era vosso quando o levaram, façam-lhes saber que neste país, os vigaristas são tratados como vigaristas, façam-lhes saber que nós é que somos os loucos, sim, mas por tê-los posto ao volante, no cockpit dourado e inebriante do poder. Digam-lhes por fim que agora chega, que não nos tornam a enganar. Ouçam a voz de um louco, portugueses, ouçam-na. Ouçam uma visão diferente neste mar de palha, neste oceano de mansidão.

Nota: Uff, einh? Heróis do Mar...Hihihi, nobre povo, einh?...bom, bom, agora vou ali à consulta no Júlio de Matos, antes que eles cortem a comparticipação, hahaha, mmm, nação valente e...e...

Quem salva os mineiros portugueses?

Ao contrário das personagens de Júlio Verne, na sua "Viagem ao Centro da Terra", estas não foram expelidas para a superficie terrestre, através de uma erupção do vulcão Stromboli, na Sicilia. Mas a história destes 33 mineiros chilenos, que subiram um-a-um na cápsula Fénix, depois de mais de 2 meses de trevas, rivaliza certamente com a ficção cientifica. Uma história de esperança, que nos ensina a relativizar as coisas, em tempos de angústia.

Entretanto, depois de ler este artigo de Daniel Oliveira dei por mim a pensar num paralelismo. Também Portugal parece estar nas profundezas há muito tempo, soterrado, inacessivel, isolado. Somos todos mineiros por aqui, estamos todos no fundo de um enorme poço. Assim pergunto: Alguém pode mandar vir a cápsula Fénix para o nosso país!?! E rápido, que estamos a asfixiar.

12 de outubro de 2010

O imbróglio

Passos resiste a pressões e inclina-se para chumbar OE
Em que ficamos? Inclina-se para chumbar ou ainda acredita que o Governo cederá? Alguém acredita que Passos Coelho resistirá à intensa pressão que vem de todos os sectores (só ontem, eram 3 ex-presidentes da República), inviabilizando assim o Orçamento?

E já agora, onde está a pressão sobre o Governo do engenheiro no país-das-maravilhas, afinal, o responsável pela catástrofe em que caímos? Eu sei que nunca estes demonstraram humildade e bom-senso mas em última análise, seriam esses os requisitos mínimos a exigir neste momento...ou em alternativa, pelo menos alguma vergonha na cara para darem o primeiro passo negocial em nome do país que ajudaram a falir.

11 de outubro de 2010

10 de outubro de 2010

...e quem se segue hoje? Ah pois é...PARABÉNS DINIS

Parabéns meu querido e fantástico sobrinho, afilhado, meu tudo e mais sei lá o quê. Tu e aqui o teu tio, padrinho e mais sei lá o quê fazemos uma grande dupla, certo? Mais logo já me dás aquele abraçinho que só eu sei quanto vale, ou nem sei bem, sei lá...O que interessa é que hoje é dia de festa, que te adoro e vou a caminho. Até já!





Nota: Eh, eh, eh, as já famosas fotos malucas...grande dupla, sem dúvida! Nem dá para perceber qual de nós vai fazer 7 anos, pois não?

9 de outubro de 2010

PARABÉNS JULIANA

Já passou um ano bébé, incrível...Ainda mais fantástico é como os poucos dias que estivemos juntos foram tão mais que suficientes para te acomodares tão forte no meu coração. Espero ver-te em breve para te dar uma prenda daquelas que tu podes mexericar e amarrotar à vontade. Entretanto fica esta singela, terrivelmente amadora, mas profundamente sentida homenagem (o teu padrinho é mesmo assim, habitua-te):



Hey Ju (Me & You)

Ju, this great world’s waiiting for you,
It’s true, hey Ju,
Go Ju, find that rainbow in you,
Within, yourself

Whatever you choose,
Wherever you’ll go,
Whatever sunset you will be guided to,

You’ll know, you’ll know,

Ju, wish there was more i can say
But i’m there, for you,
Go Ju, still so much left undone
Behold, the sun

Whatever you do,
Whenever you want,
Whatever sunset you will be droven to,

There’s me,
And there’s you,
Forever,
Two…
Hey Ju.

Whatever you choose,
Wherever you’ll go,
Whatever sunset you will be guided to,

You’ll know,
There’s you,
There’s me,
Forever,
Hey Ju…

8 de outubro de 2010

Bentogal

Vitória que só peca por escassa (espectacular duelo entre Ronaldo e aquele coisinho sucessor de Schmeikel que lhe roubou uns 3 golos). Com tranquilidade...finalmente.

7 de outubro de 2010

Espiritu del vino




Neste ponto tenho que conceder que o engenheiro se mantem fiel às suas convicções. Antes a ilusão da embriaguez que a dura realidade...compreendo.

Vá lá, todos juntos agora:

Se o engenheiro quer ser cá da malta, tem que beber esse copo até ao fim...e vai acima e vai abaixo e vai ao centro...e mete dentro, e mete dentro...

5 de outubro de 2010

Mais um dia (Acto I)

- "Boa-noite, eu sou o FIL, e este fim-de-semana prolongado só vi um jogo de futebol, o do Sporting, como devem calcular" - na sala a meia-luz, ecoam alguns aplausos tímidos, exibo a ficha de consolação sem esconder algum orgulho, mas também alguma vergonha, é só um prémio de consolação e eu e todos na sala o sabemos.
- Ganho coragem e acrescento "Como vocês sabem, é algo que ando a tentar resolver, mas acredito que com a ajuda de todos, com a vossa ajuda, com a ajuda dos profissionais dos S.A.'s (Sportinguistas Anónimos), poderei erradicar de vez este futebolzinho nacional da minha vida" - aqui e ali ouço algumas vozes de apoio, "coragem", "força companheiro", não consigo distinguir de onde vêm, mas não interessa, são apelos anónimos precisamente, e algo em mim se acende, uma chama, uma esperança.

Quando saio, apercebo-me que a noite está mais fria e aperto o casaco, caminho sozinho e concentro-me no som dos meus passos, sinto o mês de Outubro como nunca. Ao virar da esquina, risos e luz. Invejo o súbito calor que emana de um café, as vozes mecânicas de um televisor misturadas com as gargalhadas que só os digestivos fortes conhecem, e pela janela, pelo canto do olho, vislumbro a conferência de imprensa de Paulo Sérgio, o resumo dos lances, a bola ao poste de Postiga, as várias defesas do guarda-redes adversário, o frango (mais um) do nosso jovem Patrício, o contra-ataque no final que quase nos custava a derrota, o desespero de uma equipa que afinal, tenho que reconhecer, quer tanto ganhar, precisa tanto, que se esgota em coração, se perde na exaustão de quem não consegue mais, que vê a vida com vida própria, que a vê decidir como quer. Apetece-me entrar e desabafar "Que injustiça é o futebol", partilhar "...e que injustiça seria se estes gajos ultra-defensivos, se estes merdas que andam a aguentar o jogo todo sem fazer a ponta-de-um..." e paro...subitamente paro de pensar nisso, remeto a frase para longe, para Marraquexe, para a Conchichina, se me perguntarem. Respiro fundo, penso antes na minha vida, na vida verdadeira e no que posso fazer para a influenciar, para conseguir eu, vencer. Sorrio, sinto-me invadir por algo pouco familiar nos dias que correm, algo esquecido, talvez...isso: confiança. Ajeito o colarinho e apresso o passo, faz-se tarde, tenho mais e melhor em que pensar, é só mais um dia...Amanhã estarei melhor, e depois-de-amanhã melhor, e depois ainda melhor.