Tenho criticado muito a equipa do Sporting mas hoje e em jeito de despedida de uma época deprimente não é justo fazê-lo. Tenho que, pelo contrário, lhes dar os parabéns por lutarem até à exaustão numa batalha desigual. Os rostos de todos os jogadores transpiravam esforço e abnegação (salvo Djaló, o único fresco mas com mais que fazer do que meter um pezinho) e foi esforço e abnegação que demonstraram. Tudo isto num jogo em que já jogavam em inferioridade numérica desde a nomeação de…perdão, desde o minuto 6 ou 7 do jogo. A expulsão, claro, é sobre o alvo óbvio e fácil. O João Pereira entra com pujança, é certo, como aliás é seu apanágio e daí o adjectivo “óbvio”, mas por acaso nem acertou no gajo com a perna que levantou, mas antes, com a outra, já de arrasto e no que redunda num lance durinho e punivel disciplinarmente mas igual a tantos outros que um qualquer Javi Garcia faz nos treinos, quanto mais em pleno jogo. Bem, pé em riste ou cartão amarelo para avisar, pensará o adepto mais incauto. Não, vermelho directo aos 7m, não vão estes gajos, mesmo com esta defesa, incomodar um Benfica a precisar de ânimo urgente. Um cartão facílimo de defender para o adepto mais distraído, nada de especial, enfim…tudo normal num Mundo onde “e se fosse ao contrário” ou " assim sendo, quantos cartões vermelhos sairiam hoje e por aí adiante" não existem. Acrescento aqui que, ainda assim, condeno João Pereira pela atitude, isto porque foi de facto uma entrada despropositada e sobretudo porque devia saber que agora joga de verde e branco, atraindo para si todo o tipo de punições igualmente despropositadas (Rui Jorge sentiu-o várias vezes na pele e disse-o). Enfim, da mesma falta surge o golo e acabou-se um jogo que já estava acabado…aos 7m!!! Olé Benquerença, ou melhor…Touché!
Após o 2-0 e sempre em campo inclinado, quando os agora cúmplices adeptos benfiquistas gritavam olés, eis que surge Liedson personificando o espírito que aqui pretendo enaltecer. Para mim, o Sporting ganhou o jogo e quiçá uma equipa para o pouco que resta da época ali, naquele momento! E que vitória! Sozinho, ilude a marcação de Benquerença e seus acólitos de linha (e não bastando, uma defesa inteira do Benfica em hiper-superioridade numérica) e remata para dentro da baliza, não dando tempo de reacção a ambas as equipas. Já lá estava! Luisão encolhe os ombros e olha para Olegário que coça a cabeça impotente. Liedson venceu-os a todos e por instantes, mostrou o espírito que deve nortear sempre este grande clube, o Sporting Clube de Portugal. Ganhámos ali o jogo. O segundo de incredulidade e surpresa das duas equipas adversárias ali presentes foi a nossa vitória.
Daí até ao 3.º golo do Benfica foi com gozo que assisti a muita gente a tremer, isto é, as duas equipas adversárias e os seus adeptos, o que dá para aí 6014 pessoas. O Sporting, teimoso, cansado e em inferioridade numérica, revolta-se aos poucos, ameaça como pode e de repente, Pongolle aparece a correr isolado para a baliza. Os 6014 gelam, uma décima de segundo que parece uma eternidade. Mas queres ver?! Mas, mas estes gajos, com 10, ainda correm? Ainda querem empatar o jogo? É o impensável…Até que de súbito surge uma bandeira no ar! É um dos acólitos da linha a assinalar um fora-de-jogo que, como todos sabem e viram, não era fora-de-jogo, nem aqui nem na China…Olegário apita de imediato, esboça um sorriso, levanta a mão, o Mundial aí à porta e enfim, estava a ver (?!)……Os 6014 respiram de alívio.
A partir daí foi cumprir calendário, os jogadores leoninos lutavam contra um exército desigual e mesmo percebendo o que se passava desde cedo, mesmo exaustos, bateram-se com dignidade e em alguns casos, como o de Liedson, quase desumanamente. O Benfica ganhou, claro, os 6014 respiraram de alívio e regressaram a suas casas com o sentimento de dever cumprido.
Num futebol viciado, afinal espelho do país, o Sporting assiste impotente às bicadas dos necrófagos, travestidos de águias ou dragões. Batem-se pelo saque e pelo domínio da Organização que o distribui e dele se alimenta. É uma guerra entre Famílias, entre Mestre e Aprendiz. É neste contexto que é sempre meritório ver um emblema a lutar com as armas que tem e tambem aqui, neste particular, tenho que dar os parabéns ao Sporting, aquele clube enorme que é Clube de Portugal e ao outro, o de Braga, que já começou a sofrer e a perceber onde é que se está a meter...Para o ano haverá mais, certamente. Preparemos a próxima época com jogadores melhores, técnicos melhores, quiçá Presidentes melhores e com a Policia Judiciária, por favor (e já agora com alguém que também perceba de crime económico).
Banqueteiem-se agora os abutres.
Uma tarde chuvosa de Domingo em casa deu nisto...Uma coisa rara, uma canção...e não, aínda não tem titulo sequer, não está gravada e só está disponivel para audição ao vivo a um grupo muito restrito (e com a letra por perto). Aos outros, não se preocupem, sou apenas um amador e também não devem perder uma obra-prima...
Scorcese não costuma desapontar e posso garantir-vos que durante os 138 minutos de filme, o tipo não me deixou um segundo de pelicula para um bocejo ou um esfregar de olhos (e eu até estava cansadito do recompensador convivio da noite anterior, não é amigos?). Este "Shutter Island" é um thriller psicótico e com um excelente e perturbado Di Caprio. O raça do puto teima em surpreender-me! Muito Bom.
Hoje revisitei um daqueles álbuns que comprei com razoável dose de risco (apenas sustentada por uma breve audição na loja). Não me arrependi nada, antes pelo contrário, a voz, a harmonia, a viola e o piano eram peças de um puzzle que me cativou imediatamente. Escusado será dizer que, até recentemente, ninguém para além de mim parecia conhecer este achado. Quem? Elliot Smith? Não sei quem é…isto até que ouvi o seu nome num Top de melhores canções organizado pela Radar (que outra rádio poderia ser?).
Nota: Desejo de um imenso Sol restaurador para a Madeira.
Esta banda apresenta um pop muito original e é das coisas mais energéticas que ouvi no ano passado. É uma espécie de Red-Bull mixado com vozes harmoniosas. Uma boa noticia para os portugueses, para variar. É "já" em Julho!
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That’s the way it goes now brother,
Hoje tive oportunidade de ir ao Jamor ver a nossa Michelle Brito defrontar uma romena na Fed Cup e confesso que já me tinha esquecido do "feeling" produzido, ao vivo, por um ténis de qualidade considerável. Garanto-vos que o fraco tenista que há em mim se sentiu esmagado pela colocação e potência das pancadas daquelas duas jovens no "court". Poupando palavras, é uma dimensão que a televisão não nos consegue transmitir.Fica a nota de que a miúda (a nossa) é lutadora, tem uma esquerda a duas mãos muito razoável e demonstra de facto potencial. Por outro lado sofre de algum excesso de emotividade que julgo ser próprio da idade e precisa de melhorar a pancada de direita, o serviço e as variações de jogo, nomeadamente na rede. Precisará de crescer, física e psicologicamente, ou caso contrário não passará de mais uma esperança do ténis português. De resto, o costume: Mais de metade do público eram VIP’s que não faziam bem ideia do que raio é uma “foot fault” ou um “break” e que passada meia-horita daquilo já só pensavam em desandar para a tenda dos comes e bebes. Eu também lá estive como VIP mas desenganem-se, não estou habituado a isso e gosto de facto da modalidade (o que vendo bem e passe a imodéstia, é a personificação do que faltará ao ténis português).
Nota: Os comes estavam razoáveis e o Sushi (da Assuka) fez as honras principais. Continuo sem perceber muito bem que comida é aquela mas lá usei os pauzinhos com inusitada destreza e até degluti, de uma só vez e evitando olhares alheios, claro, algumas daquelas coisas. Redimi-me com uma data de morangos estranhamente doces para a época e pelo que me apercebo, pelo menos à hora em que escrevo, ainda não senti quaisquer efeitos colaterais. A Michelle perdeu o 1.º set por 6-0 mas ganhou o 2.º. Perdeu, já esgotadissima, no derradeiro set. Simpatizei com a rapariga.
