31 de agosto de 2010

Passar o Natal?

"A palavra 'natal' do português...'nātālis' no latim, derivada do verbo 'nāscor' (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer." in Wikipédia

Paulo Sérgio será homem de inúmeros defeitos, mas pelo menos uma virtude parece ter: Aprende com os erros.

Polga já encostou, Postiga também e para além disso, surgiram como titulares Matias e Valdés. Com estes chilenos e sem aqueles dois, o futebol do Sporting ganhou uma clarividência tal, que até Djaló pareceu menos trapalhão, Venha o pinheiro que falta lá na frente para o substituir e pode ser que a gente sobreviva ao Natal. Talvez assim, possamos adorar um menino recém-nascido chamado Sporting.

Nota: Elmano Santos assinalou um penalti a favor do Sporting que nos permitiu chegar ao 2-0. Já ouvi dizer que é, que não é, e que é forçado e tal (um penalti "à Benfica" ou "à Porto", no fundo), mas o mais incrivel é ele ter efectivamente marcado um penalti a favor do Sporting. Foi um acontecimento nacional, bem vistas as coisas e compreendo que o pessoal tenha estranhado.

29 de agosto de 2010

Sábado, Lulas e Benfica (SLB)

«Calma aí "A" que hoje ficam todos mais felizes logo à noite» assim sugeri um desfecho, a um estimado e convicto benfiquista...

Dito e feito, o Benfica venceu, e o assustado Hugo Leal (perdão, o incauto Manuel Fernandes que o pôs a marcar um penalti na Luz) perdeu, com a sua equipa em superioridade numérica e ainda assim sem espinhas (pelo menos na parte a que fui obrigado a assistir pelo inevitável LCD do restaurante), superioridade essa que, todos sabemos, só serve a estes clubes se o resultado não os obrigar a ter que atacar. Oportunidade de ouro desperdiçada para o Setúbal, portanto, instinto matador ausente e contra-ataque rápido à jugular de Luisão, como mandam as regras predatórias. Este Vitória tem sido freguês habitual na Luz, e a coisa repetiu-se. Nada de relevante a assinalar.

Regista-se como realmente importante neste dia longo e de cansaço acumulado, iniciado às 7 da manhã pelo segundo Sábado consecutivo, um novo e seguro jogo de pneus da frente Bridgestone, preparados e calibrados para os percursos mais exigentes (operação antecipada e impecavelmente assegurada pelo meu eterno guardião e progenitor), um sempre reconfortante almoço com os meus pais (intervalado com a parte em que começam a argumentar entre eles, sem que eu vislumbre porquê e para quê), a roupa impecavelmente limpa e passada pela argumentadora, inexcedivel e atenciosa mãe, e ainda...um belo mergulho e fim-de-dia na praia da Costa, onde a minha pequena sereia se delicia com intermináveis banhos, seguido de excelente repasto com o clã Cabrita. Relativamente a este ultimo e só para que saibam, iniciou-se com umas amêijoas e pão torrado com manteiga, a que se seguiram carapauzinhos, lulas e raia fritas com açorda, sumptuosamente regados com um sempre fiel e fresco Muralhas de Monção. Eu dediquei especial atenção às lulas, pelo seu imaculado apuro. Que alvas se apresentavam no interior, apesar de douradas no exterior....isto há coisas…

Que bom quando assim é um Sábado, excepto na parte de acordar cedo. Como disse a "A", todos ficámos mais felizes esta noite (ou quase todos, concedo, sendo que o todos é "nós", alguns, que nos conhecemos por aqui).

Nota: Não sei se o Roberto já alcançou as antípodas na imprensa e nas mentes benfiquistas por esta hora, mas francamente, aquele penalti estava falhado antes de o ser, de tão apavoradamente marcado (esta expressão é exclusiva do autor). Tal previsão acertada, fi-la eu convictamente na hora, o que impressionou deveras o pai da minha namorada. "Porque é que diz isso? - que já falhou", ao que respondi com um "muitos anos disto…" logo seguido de um "Como é que sabia?", ao que se seguiu um sorriso condescendente e próprio de um mestre das lides futebolísticas...Pura verdade e poderá ser testemunhada pelos presentes.

É claro que a minha vontade, entre uma amêijoa e outra, era que o gajo marcasse o ridículo penalti, mas assim estava escrito e assim o previ, e ainda assim segui para o Muralhas, sem mais incómodos. Tendo entendido que ali se definiu o jogo, não consigo deixar de, e aqui engulo em seco, congratular o Benfica (que veio a ganhar categoricamente) e especialmente Roberto, isto porque apesar de não partilhar a mesma cor clubistica, senti o que nós, adeptos, temos em comum nestes momentos (e ainda recentemente me aconteceu): uma espécie de sapatada (não sapateira, que essa não pontuou à mesa) na adversidade e contrariedade, que nos eleva a algo mais que humano, que nos devolve à garra, à fé e àquele momento decisivo, que mesmo não sabendo se é de sorte, tudo transforma e nos restabelece...isto, claro está, até ao próximo jogo, em que tudo recomeça. Tambem Nuno André Coelho chutou na Dinamarca, chutou de bem longe, acreditou, e a bola entrou, contando com a infelicidade do guarda-redes do Brondby. Roberto teve por sua vez, Hugo Leal...Sem mais, os infelizes de ontem, foram os felizes de hoje, e os infelizes do momento, poderão ser os felizes de amanhã. Assim deverá ser a vida para quem a quer viver, e são estes momentos de felicidade que devemos procurar, aqueles que nos fazem crer em algo melhor. Foi um belo Sábado este, não só por causa das lulas, e apesar do Benfica.

27 de agosto de 2010

Á conquista da Europa


Sporting Clube de Portugal

Ontem ocorreu um pequeno milagre. O Sporting, com Postiga, Djaló e Abel no 11 titular (o que em conjunto, representava um Q.I. de uns bons 73 pontos), ganhou por 3-0 na Dinamarca e virou a eliminatória. Isto com Paulo Sérgio no banco (o que somando aos outros 3, já quase dava para chegar aos 100 pontos de Q.I.). Djaló, na única vez que acertou na bola correctamente em 90 minutos, marcou inclusivamente o golo final, o que já de si é um feito rarissimo. Postiga não tocou na bola sequer e Abel fintou-se a si próprio 5 vezes e meia, tendo por uma vez, confundido o próprio adversário. Os outros 8 jogadores, lá tiveram que carregar a honra leonina e com muita estrelinha à mistura, sem 5 minutos seguidos de pressão sobre o Brondby (foi ao contrário até) passaram uma eliminatória que parecia irremediavelmente perdida. Um pequeno milagre no meu entender, tendo em conta que Paulo Sérgio parece mais baralhado do que os próprios jogadores. O Sporting está na Europa e só temo que jogando assim e contra outros adversários, a coisa possa descambar para alguma vergonha. Mas haja esperança que essa é verde!

Champions

Benfica e Braga tiveram um sorteio bastante favorável, em minha opinião, e têm justas possibilidades de chegarem aos oitavos-de-final. Analisando:

Grupo B: Lyon-Benfica-Schalke04-Hapoel

Do 1.º pote o Lyon era de longe o melhor adversário possivel, isto entre Arsenal, Barcelona,Bayern, Chelsea, Internazionale, Man. United e Milan. Este eterno campeão francês deixou de o ser, na época passada, e segue periclitante neste inicio de época (além disso conseguiu perder na pré-epoca em Alvalade por 2-0, o que mesmo a brincar, não é grande cartão de visita). É possivel vencê-lo, coisa que seria muito dificil com qualquer um dos outros adversários. No pote 3 não foi feliz nem infeliz. Se por uma lado podiam ter saido Ajax ou Tottenham, tambem seriam bem-vindos adversários como o Basileia ou o Copenhaga. Ficou a meio. No último pote a coisa correu bastante bem. Pior seriam Auxerre (eliminou o Zenith), e os actuais campeões nos respectivos países Rubin Kazam ou Twente.

Grupo H: Arsenal-Shakhtar-Braga-Partizan

Do 1.º pote, julgo que o Arsenal era o 2.º menos mau. Não quer dizer que o Braga se consiga bater com o Arsenal mas há ali muita juventude e algum idealismo e nunca se sabe. O Shakhtar não é nada mau se pensarmos que no Pote 2 estavam "só" Real Madrid, Marselha, Roma ou Valência. Por fim, o Partizan é perfeitamente acessivel.

Liga Europa

Sporting e Porto estão no pote 1 para o sorteio que se realiza hoje às 12:00. Olhando para todos os clubes que estão envolvido confesso que não sei bem o que Platini anda a fazer e a quem anda a servir (já não bastam os inúteis árbitros de baliza) quando resolveu beneficiar clubes de certos países franqueando-lhes as portas de uma competição que se quer de elite como a Champions League. É como ter o Lichenstein, Malta ou Luxemburgo a levar cabazadas nos grupos de apuramento de selecções. Fará sentido entrarem directamente para os grupos ou terem uma pool prévia com acesso posterior aos grupos? É que na realidade, só servem para as grandes selecções golearem e assim melhorarem a sua diferença de golos no caso de poderem terminar empatadas entre si. Poderão dizer que é justo dar oportunidade a países e clubes que antes só podiam sonhar com tais provas mas no caso que aqui interessa, na Champions League, deparamo-nos agora com Bursaspor, Basileia, Cluj, Hapoel e Zilina entre a elite europeia (?!), enquanto na Liga Europa se encontram adversários de maior calibre mesmo no 4.º pote.

Para melhor explicar isto olhei para os potes da Liga Europa e imaginei um sorteio perfeitamente possivel em que calham grupos como: Liverpool-Bayer Leverkusen-Nápoles-Rapid Viena, ou Juventus-Manchester City-Borussia Dortmund-Gent, ou mesmo Atlético de Madrid-Sampdoria-AEK Atenas-Young Boys.
Passando os dois primeiros de cada grupo, teríamos aqui grupos muito equilibrados e competitivos quando comparados com alguns grupos da Champions como os acima descritos ou como Chelsea-Marselha-Zilina-Spartak, ou Roma-Bayern-Basileia-Cluj.

O que quero dizer é que tirando os habituais tubarões do Pote 1, a actual Champions parece uma competição do nivel da Liga Europa e em alguns casos até inferior, o que a desprestigia bastante. A Liga Europa, como Sporting e Benfica sofreram na pele, pode ao invés, apresentar adversários de nivel superior que infelizmente, não tiveram acesso à competição de elite. Sinceramente, fico algo dividido entre o equilibrio relativo entre as duas competições (que prestigia uma mas despestigia outra) e uma Champions League de grandes embates a começar logo na fase de grupos. O que acham disto?

26 de agosto de 2010

All i need is a miracle.

Hoje é dia de Processo...ou não?










O Sporting é uma mulher que se ama...sinceramente não sei porque recebo tanto afecto [dos adeptos do Sporting], recebi mais do que dei, mas a vida tem estes mistérios. Nem tudo o que é belo se explica”.
Ivone De Franceschi




Nota: Quero este Sporting de De Franceschi, um Sporting campeão, belo e amado, pode ser?

25 de agosto de 2010

Curtas desportivas

Do que tenho observado esta semana, assinalo:

- Um grande Braga que merece estar entre os melhores da Europa. Parabens. Há uns anos, teria acesso directo com o 2.º lugar no campeonato e agora, com duas eliminatórias de acesso pela frente, despachou "só" Celtic e Sevilha.

- Escusado será dizer que outros, estão quase eliminados com o Brondby, no acesso à Liga Europa. Tomara esse outro, um grande e histórico chamado Sporting, conseguisse contrariar este triste destino. Acrescento a minha estupefacção com as ausências na convocatória de Pongolle, pela segunda vez consecutiva, e de Torsiglieri. São cerca de 10 M € na bancada sem uma explicação, num clube que não anda a nadar em dinheiro...É por estas e por outras que uma pessoa se sente desmotivada.

- Um Porto, que sem jogar muito e com alguma água benta, lá vai ganhando com algum conforto dentro e fora de muros.

- Um surpreendente Benfica, que segue na sua 4.ª derrota consecutiva (3 oficiais) e que faz cair todo o seu peso num guarda-redes do outro mundo. Parece de facto muito fraco, até tecnicamente, este Roberto, mas há mais coisas a acontecer.

-  Nota final para a imprensa desportiva e neste caso, só para exemplificar, o "Record". A capa de Domingo, referia-se a Roberto com um desrespeitoso "Podes levá-lo para casa". A de hoje, pouco preocupada com o feito histórico do Braga, prefere fazer capa com o Messi? Ronaldo? Não, um tal de Maylson a caminho do Benfica. E aqui não me venham com a conversa das vendas e tal porque há limites para a decência, educação e deontologia jornalistica. A imprensa desportiva alinhou com a falta de tudo isso e move-se numa lama viscosa e vergonhosa que eu deixei de alimentar, faz muito tempo.

Nota: Chamo a atenção para nova sondagem logo ali à direita. Perdoem-me os benfiquistas mas era inevitável esta semana. Digam de vossa justiça.

24 de agosto de 2010

Let us forget how fragile we are...

Passado o dia de ontem como barreira psicológica para um sentimento que não se compadece com datas nem horas certas (como tu e eu sabemos mano), e passando os olhos pelos telejornais, não pude deixar de reparar (porque eles não deixam mesmo outra hipótese) na terrível sucessão de fatalidades que têm acontecido nas mais diversas situações. Desde a palmeira que cai em Porto Santo e o ex-policia que sequestra um autocarro de turistas nas Filipinas, até à habitual e mortal relação entre portugueses e automóveis, com um acidente na Zona de Salamanca (4 mortos) e o gigantesco duplo acidente na A25 (mais de 50 veículos, 6 mortos, para já, e 72 feridos).

Ora, estava eu hoje de manhã a acabar de ouvir a actualização da noticia da A25 no rádio do carro, em pleno IC19, quando, do outro lado da estrada, em sentido contrário, me deparo com um jipe virado ao contrário, com as rodas ainda a girar e com um homem a tentar sair pela janela lateral do carro, uma imagem que até para mim, que faço este percurso quase diariamente e já vi muita coisa, foi assustadora. Desta feita, o piso estava bem seco e o sol brilhava pelo que, o excesso de velocidade ou 1001 outras coisas poderão ter ocorrido para provocar tão aparatoso acidente. Abrandei de imediato e pensei em menos de um segundo em encostar à berma para tentar ajudar o homem mas, continuei devagar pensando, talvez inconscientemente nesses breves segundos, depois conscientemente, que percorrer 4 faixas desde a esquerda até à berma naquela situação poderia ser muito perigoso, isto além dos abalroamentos que normalmente ocorrem na faixa contrária a um acidente. Segui a pensar naquela imagem e até abrandei um pouco o ritmo, normalmente acelerado, que me impele repetidamente a caminho e à vinda do emprego. Senti vontade de ajudar o homem mas para além dos perigos acima descritos, reparei que muita gente tinha entretanto parado atrás dele e que pelo menos mexia-se, tentando sair. Calculo e espero que só faça parte da estatística dos acidentes e se escape à outra, mais trágica.

Isto para dizer por fim que, talvez por força da tal barreira psicológica, eu ainda esteja a remoer em todas estas coisas e na inevitável fragilidade humana. Um tipo vem na sua rotina ensonada para o emprego a ouvir as noticias e, pimba, quando dá por ele está de cabeça para baixo a tentar sair pela janela do carro, uma senhora idosa senta-se à beira de uma palmeira (se calhar da sua idade ou mesmo centenária) para ver um comício que pouco lhe interessará, senta-se ali a olhar para aquilo e a apreciar a animação e as pessoas e zás...perceberam a ideia?

Pois, já o Professor Keating (Robin Williams) dizia aos seus estudantes "seize the day boys, make your lives extraordinary"...Carpe Diem!

21 de agosto de 2010

Sondagem "Não te esqueças das galochas e do kispo..."

Está decidido. Segundo 58% dos votantes aqui do blog, Queirós é uma óptima escolha para observar aves raras nas Galápagos. Não podia estar mais de acordo. Pronto pá, boa-viagem, fica o conselho quanto ao vestuário, porque ao que se diz, caem pra lá umas cargas de água malucas e ainda te constipas.
Nota: O que eu me pergunto é como é que ele fará para sacar a indeminização do costume, assim que as pobres aves o toparem e o bicarem dali para fora...

19 de agosto de 2010

Dia de Sporting (O Processo)

Importa informar os caros blogueiros que este post foi feito uma horita antes do jogo, o que lhe confere uma dimensão muito mais macabra, até porque vivi novamente este mesmo processo, pouco depois de o descrever.

Bem, hoje há Sporting, o que implica, quase invariavelmente e nos últimos...aqui hesito...meses, não, anos (!?)...o seguinte processo (Kafkiano...porque não dizê-lo):

- Sinto uma certa ansiedade e até uma esperança "alzeimheriana" (e suspeito, auto-induzida) até ao começo do jogo;
- Desânimo e frustração com o 11 titular, dizendo para mim mesmo que afinal estão lá os coxos do costume;
- Observação atenta dos primeiros minutos tentando vislumbrar uma verdadeira jogada de futebol leonina (o que não acontece desde...aqui hesito novamente...meses, não, anos (!?)...)
- Alguns minutos passados e não obstante, insisto em motivar-me e convencer-me que hoje algo vai acontecer, isto enquanto Polga arma jogo com longos pontapés para ninguém ou para fora e Djaló e Postiga...aaaaaaaa, enfim, vocês sabem;
- 20 minutos passados e começo da frustração e sofrimento, polvilhadas com algumas asneiras atiradas para o ar, que duram os restantes minutos até ao intervalo (os vizinhos já estão habituados e apesar de solidários com a minha dor, já nem ligam);
- Chega o intervalo e finalmente algum descanso. Ponho uma música a tocar enquanto penso porque é que não cresço, deixo de ver a 2.ª parte e faço algo útil em casa;
- Debalde, sento-me e inicia-se a sequela do sofrimento e algumas, desta feita menos, asneiras atiradas para o ar. Sinto-me cada vez mais cansado e encolho os ombros com uma frequência que pode indiciar autismo (captain's log: falar com o médico sobre isto);
- Durante os minutos seguintes começo a olhar para a janela e a pensar em coisas estranhas como as leis da física quântica e porque raio ainda não fiz o jantar;
- Chegam os últimos 15 m e sinto-me a pairar sobre mim e a ver-me em estado catatónico, balbuciando lentamente sons incompreensíveis como "Ddddddjjjjjaaaaaalóóóóóó, filhooooooooo daaaaaaa....Poooooooolgaaaaaa naaaaaaaaaaaaooooo". Aqui devo acrescentar que já por algumas vezes, observei algum derrame de espuma da boca para o tapete novo (captain's log: recordar-me disso e retirar tapete antes do jogo);
- O jogo acaba e enquanto os jogadores e treinador se desculpam com frases decoradas e afixada nos seus cacifos, volto lentamente à realidade e respondo às "n" mensagens que entretanto me enviaram. Voltam as asneiras, desta feita escritas.
- Finalmente, mudo de canal e vejo "O Naufrago" pela milésima vez no Canal Hollywood, relembrando-me de repente, normalmente na parte em que ele fala com a bola, porque tinha prometido da última vez, que dessa é que era e que ia deixar de ver esta m****.

Nota: Porque é que eu não gosto de golf, por exemplo? Ou bócia ou que raio é aquilo?...

Apitadores dourados...

Seguem abaixo os rendimentos anuais dos senhores do apito referentes à actividade amadora que desempenham e que os "obriga" ainda, a umas viagens turisticas com estadia em hoteis de luxo por este lindo país fora. Não faltarão bons restaurantes e inclusivé, para os que se portam bem claro, umas frutinhas de sobremesa mais à noitinha.

Sendo uma actividade amadora e em part-time, faltará acrescer os rendimentos das suas condescendentes actividades profissionais e em alguns casos, os montantes auferidos em jogos internacionais, o que os catapultará, certamente, para rendimentos totais anuais que fariam corar o Presidente da República.


1.Carlos Xistra – 32.900 Euros
2.Duarte Gomes – 32.700 Euros
3.Jorge Sousa – 32.300 Euros
4.Soares Dias – 32.100 Euros
5.João Ferreira – 31.900 Euros
6.Hugo Miguel – 31.800 Euros
7.Paulo Costa – 31.600 Euros
8.João Capela – 31.100 Euros
9.Cosme Machado – 31.100 Euros
10.Vasco Santos – 31.000 Euros
11.Paulo Baptista – 30.600 Euros
12.Bruno Paixão – 30.600 Euros
13.Lucílio Baptista – 30.400 Euros
14.Elmano Santos – 29.000 Euros
15.Rui Costa – 28.500 Euros

18 de agosto de 2010

The Unknown Soldier

"A Josefa dizia que a mãe lhe estava sempre a lembrar que qualquer dia era ela que ficava num incêndio. Mas dizia-nos que a última coisa que queria na vida era morrer queimada num incêndio", lembrou uma colega.

Cristiana Josefa Santos, de 21 anos, vivia com a mãe. Era estudante de Engenharia Biomédica, trabalhava num supermercado em part-time e era, tambem, bombeira voluntária. Morreu a semana passada a combater o fogo em Gondomar e infelizmente, teve o seu breve momento de reconhecimento mediático por esse motivo. Diz-se que era uma pessoa com quem se podia contar e eu acredito porque "Deus" parece escolher os melhores para ter junto de si. Rapidamente voltará ao esquecimento a não ser para os seus chegados, cujo sofrimento só se pode imaginar. Quantas Josefas anónimas andarão por aí à procura de uma oportunidade, querendo ser úteis à sociedade e perseguindo os seus sonhos sem que o país as (re)conheça? E no extremo oposto, que pensará agora quem ateou o fogo, e que tanto quanto se sabe, até poderá ser da mesma idade e contexto de Josefa? Faço minhas as palavras de um dos moradores locais que a homenageou:

"Morreste a defender uma terra onde nunca tinhas pisado, pessoas que não conhecias, propriedades e bens que nunca usufruístes. Com a sabedoria dos eleitos perseguiste com coragem a missão que te estava confiada e da qual tantas vezes recolheste apenas e só, gratidão íntima"

17 de agosto de 2010

A tocar em Agosto

Em destaque:
Em audição:

Band of Horses - Infinite Arms
Harper Simon - Harper Simon
Okou - Serpentine
The Temper Trap - Conditions
Tired Pony - The place we ran from
Tracey Thorn - Love And Its Opposite

Mesa de Cabeçeira

Literatura

Em leitura:












Lidos recentemente e recomendados :
















Katherine Anne-Porter "A Nave dos Loucos"

Em stand-bye:
 











16 de agosto de 2010

Djaló revealed, yô


Cinco passes sem oposição, falhados?! E? Yô, grande coisa ò Mister...Não tem nada a ver com desconcentração, é mesmo a minha maneira de jogar, eu sou assim, tá-se? é o meu estilo, na descontra...black power yô...Proud...Dois toques? Pior ainda ché, agora tenho que dominar a bola primeiro? Essa é cool, aân, aân...Isso assim já é demais 'bro...nunca me pediram essas coisas...daqui nada é p'ra fazer golos, yô Mister? Não sou chibo 'bro mas e o Postiga, e o Postiga... ahhhhh pois é, yô...

Nota: Caso não tenham percebido, Djaló é aquele cromo que está do lado esquerdo do Mister e diz-se...diz-se, que é jogador de futebol, que até é avançado e que tem clubes interessados em Inglaterra que pagam...'Bro, arruma tudo que eu vou levar-te ao aeroporto, yô...

15 de agosto de 2010

Certezas e Incertezas

Disse aqui que "As minhas expectativas para o Sporting estão limitadas por Patricio, Polga, Postiga e Djaló mas ainda assim, espero uma temporada melhor que a anterior (pior seria impossivel)."
Odeio ter razão nestas coisas mas horas e um jogo volvidas fica a certeza que com Patricio, Polga, Postiga e Djaló (todos eles presentes no jogo de estreia) o Sporting ainda nem acabou a época anterior, quanto mais pensar em começar uma nova. Não vale a pena falar dos golos feitos desperdiçados (até porque metade foram por parte de Postiga e Polga e por isso não contam sequer como oportunidades), menos valerá falar de um estádio e um campo horrorosos que envergonhariam qualquer campeonato de um país civilizado, valerá mais a pena reconhecer a naturalidade com que o "gigante" Paços de Ferreira vence o jogo, que tambem eles tiveram oportunidades e que assim se aceita perfeitamente o resultado. Assustadora é a sensação de "deja vu" e o que leva este adepto que aqui vos escreve a deixar de ver o jogo de estreia do seu clube a 15 minutos do fim por já não acreditar na equipa que vê em campo. Aterrador é pensar na (quase) indiferença com que aceito estas derrotas por não ter prazer a ver este futebol e este Sporting...tudo com tranquilidade como dizia o outro...Tudo isto são factos, certezas.

As incertezas passam por ter dito que pior que a época anterior seria impossivel, por não saber a extensão dos danos que poderão ser causados a este grande clube e por não saber durante quanto tempo é que o tipo de cabeça branca que o preside ali continuará...

Nota: Belo dia na Costa e bela jantarada na Aroeira, em boa companhia, que é o mais importante...
Nota2 (actualização): Entretanto, Benfica e Belém deram o toque final a um fim-de-semana desportivo de total afundanço lisboeta. Está lindo, está...

14 de agosto de 2010

You can never ever leave, without leaving a peace of you(th)...

Hoje quebrei como uma criança durante uns minutos. És tu a brincar com a minha cabeça Zeca, tu que sempre foste de me fazer rir... Já passou, eu sei que estamos bem. Só para que saibam:

Nenhum amor meu será aqui justamente retratado. Não é que eu não queira fazê-lo...é simplesmente por ser demasiado grande para ser dito.

Nota: Saudades tuas mano, tantas...

13 de agosto de 2010

Rola a bola

Hoje inicia-se a Liga Zon Sagres e se é certo que um tipo já está com umas certas saudades, tambem já tenho idade e experiência suficientes para não alimentar grandes perspectivas de melhoras face a anos anteriores.


As minhas expectativas para o Sporting estão limitadas por Patricio, Polga, Postiga e Djaló mas ainda assim, espero uma temporada melhor que a anterior (pior seria impossivel). Acho que ainda não chega para disputar o campeonato, isto é, estamos muito longe de ser duas vezes melhores que os adversários para poder ultrapassar os habituais e instalados factores externos. Assim, Porto e Benfica deverão disputar o 1.º lugar e só espero que o Sporting, pelo menos, lhes dê uma ou outra dor de cabeça. O Braga andará algures por aqui a espreitar mas não me parece que possa fazer uma época igual à anterior.

Quanto aos referidos factores externos, aqueles que esqueçemos durante uns tempos de defeso e logo aparecem para nos refrear o entusiasmo, a avaliar pelo primeiro jogo oficial (a supertaça), a coisa parece de pedra e cal e promete ser ainda mais afoita. Valeu tudo, agressões com bola, sem bola, pontapés, cotoveladas, e isto por parte dos jogadores porque agora, parece que é o próprio árbitro que numa atitude inédita e ao abrigo de alguma norma exclusivamente portuguesa, não se inibe em agarrá-los pelo cachaço caso ache necessário. Estão no máximo da sua confiança, portanto, e assim tudo é expectável.


Enfim, perdoem-me alguma falta de entusiasmo mas este é o futebolzinho que temos e que os dirigentes querem e pronto. Talvez quando a camisola mais bonita do mundo, a verde e branca, entrar em campo eu lá me anime um pouco...

12 de agosto de 2010

Mantorras, um conto moderno.

«Quer as pessoas queiram quer não, eu sou um símbolo do clube e respeito os adeptos do Benfica. Na altura certa vou falar sobre mais coisas. Agora só estou a trabalhar para jogar» garantiu Mantorras. in Mais futebol 12/08/2010

Perante esta declaração e outras passadas, confesso que não sei bem como avaliar este rapaz, isto é, não sei se hei-de ter pena dele ou censurá-lo. Começou por ser um jogador precocemente sobrevalorizado, um novo Eusébio que ainda mal tinha um jogo oficial pelo Benfica e já valia uma quantia exorbitante de euros (pelo menos assim esperava ou assim o vendia Luis Filipe Vieira). Depois, quando começou a revelar indicios de que poderia haver ali alguma coisa especial, quando se esperava que todo aquele potencial se concretizasse de forma consistente e duradoura lesionou-se, aparentemente a principio e visivelmente depois, com gravidade. Este é o momento mais infeliz da sua história. Mantorras nunca mais foi o mesmo, gorou-se a confirmação do grande jogador e de uma grande carreira, a transferência para o melhor clube do mundo pelo maior valor do mundo, tudo...ficaram em vez disso as intermitências, as acusações surdas, os silêncios comprometidos, e ficou Mantorras, coxeando entre um wannabe e um couldnotbe, passe o exercicio estilistico...Nunca o saberemos. A equipa médica do Benfica pareceu sempre mal nesta fotografia e até acabou por abandonar o clube, ficando a impressão de que muito ficou por contar relativamente à sua lesão e respectivo tratamento, algo que o jogador não só não esconde como insiste em reiterar, como se pode ler acima.

Passou a ser motivo de piadas para muitos (benfiquistas incluídos), mas ao mesmo tempo, incendiava o circo cada vez que se levantava para aquecer. Ele coxeava, era um facto, ele já só jogava 10 ou 15 minutos, era certo, mas ainda assim, lá teve o seu momento ajudando o Benfica a ser campeão (ele e outros que para aqui não interessam para o caso). O eclipse foi gradual e inexorável mas a festa "Mantorras" nunca acabou realmente na Luz, pelo menos até há bem pouco tempo. Pedindo antecipadamente desculpa a quem não se enquadra nesta imagem, o que me fez sempre confusão é que, apesar do ambiente festivo que ele provocava nas bancadas, a coisa se foi assemelhando cada vez mais a uma pantomina, a uma pancadinha e risada para o lado quando já se ganha por 3 e se pede "só mais um", tudo isso sobrepondo-se lentamente, ao respeito pelo jogador (o mesmo que ele diz ter pelos adeptos), algo de que o próprio, em minha opinião, nunca se apercebeu realmente. Eram palmas, risos, era o seu nome em coro? Pois então, era tudo para ele e por ele (a imagem daquela cantora portuguesa que desafinava e que se julgava uma diva, servindo de inspiração, póstumamente, a Herman José, não me sai da cabeça. Como era mesmo o nome dela?...Já googlei, Natália de Andrade)...Não digo que não fosse acarinhado, mas era mais uma condescendência e menos uma adoração de um simbolo, como eu acho que Mantorras deseja. Um simbolo como Eusébio, Coluna ou Bento, estão num plano completamente diferente e com muitos jogos e titulos nas pernas...

"The show must go on", é certo, mas poucos se perguntaram quanto custava ao Benfica manter um investimento com tão fraca rentabilidade até Jesus chegar e descer o pano, acabando definitivamente o que Quique Flores tinha iniciado. O luxo emocional acabou-se e o pragmatismo venceu, como é logico numa actividade como o futebol, mais concretamente o futebol moderno. O próprio Mantorras, ainda legitimamente (ou não) convencido de que é um simbolo do Benfica e que vai trabalhar para jogar, nunca se deve ter feito a pergunta, ou fez? É aqui que nasce a nebulosa que ele próprio adensa e perpetua quando diz que "na altura certa vou falar sobre mais coisas" e é aqui que eu não chego a perceber se ele é tão inocente e vitima como parece ou se é, pelo contrário, infortunado, é certo, mas oportunista e mal-agradecido para com o clube que o mantém, ainda hoje. Assim termino como comecei: Confesso que não sei bem como avaliar este rapaz, isto é, não sei se hei-de ter pena dele ou censurá-lo. E vocês, como o avaliam?

Nota: Tentei ao máximo não "clubizar" esta questão porque é a história deste rapaz que me parece realmente interessante, agradeço que não a interpretem mal e me corrijam se verificarem alguma imprecisão...

10 de agosto de 2010

Justiça à portuguesa

Eu bem sei que andei de férias e ainda por cima em Marrocos e que por isso me desliguei bastante das noticias deste país, mas assim chegado e lendo na diagonal este encerramento do caso Freeport, dissipei de imediato as dúvidas, se as houvessem, relativamente ao aeroporto onde aterrei. Era mesmo o da Portela e é mesmo Portugal. Senão vejamos:

1. Uma tal de Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, alegadamente (em Portugal tudo é alegado), com ligações ao PS, faz um acordo para evitar que José Sócrates seja ouvido pelos procuradores no Ministério Público;

2. Os procuradores Vítor Magalhães e Paes Faria, que por sua vez já tinham pedido a exclusão de Cândida Almeida por desconfiança na hierarquia, alegadamente (mais uma vez), embarcam no acordo, em troca da inclusão no relatório final das perguntas que queriam fazer a Sócrates e não fizeram por, repare-se, falta de tempo (!?!);

3. A Procuradoria Geral da República emite uma nota onde afirma que o Procurador Geral, Pinto Monteiro, o tal que assume ter os (nenhuns) poderes da Rainha de Inglaterra "nunca colocou qualquer limitação" à investigação do Freeport e assegura que "os magistrados titulares do processo procederam à investigação, com completa autonomia, inquirindo as pessoas que julgaram necessárias e realizaram todas as diligências que tiveram por oportunas", isto é, desautorizando os procuradores em causa e consubstanciando o melhor das tácticas de guerrilha interna de Maquiavel (a excelência seria simplesmente matá-los sob acusação de um qualquer outro crime hediondo);

4. Sócrates vem queixar-se de perseguição politica num processo que afinal não deu em nada e do qual sai inocente, o que é perfeitamente legitimo e até podia ser uma grande injustiça, não fosse a (in)justiça portuguesa uma absoluta vergonha que na prática, não nos permite saber quem são os inocentes e os culpados nem acreditar no que quer que seja.

Em suma, toda esta barafunda se resume a algo muito simples que não é mais do que a falta de autonomia e isenção do poder judicial, em especial dos seus nomeados, em relação ao poder politico. É isto, tão sómente. Nem sei quem tem razão ou se paga o justo pelo pecador, nunca saberei sequer, mas à mulher de César não basta ser...Se calhar em Marrocos é pior, admito, mas pelo menos não se finge que há isenção e verticalidade. Aqui é diferente, são todos uns senhores armados em impolutos e ofendidos, quando não passam de uma cambada de camaradas a viver num mundo ainda mais pequeno que Portugal e que enquanto debicam um croquete com mostarda no Gambrinus, catrapiscam a loura na festa de anos do afilhado, ou se engasgam com o Moët Chandon no barbecue da piscina, lá vão trocando umas piadas, impressões e favores, enquanto o diabo esfrega o protector solar (ou o olho, ó que raio é).

Acresento aqui um parentesis para dizer que eu tambem tenho amigos e que os defendo caso seja necessário e tal não colida com os valores que eu considero minimos para pessoas de bem, não sou anjinho. O que a mim me choca é o facto de uma qualquer Cândida Almeida ou fulano tal, exercendo um cargo tão importante e de tão elevados valores como é a justiça, não assumam apenas (internamente e em privado) que não poderão arbitrar determinado caso por sentirem conflitualidade de interesses. Isso é quanto basta, no meu ponto de vista.

Nota: Não se confundam no entanto, aqueles profissionais que lutam diáriamente pela dignidade da sua actividade, com aqueleoutros (normalmente seus superiores), que nem dignidade própria têm, quanto mais exercê-la no que quer que seja. Para carregar com a cruz das generalizações, está cá a função pública em geral e eu em particular...

8 de agosto de 2010

Maroc

Complementando o que deixei abaixo, venho acrescentar algumas ilustrações e dizer-vos que Marrocos foi um destino diferente do que estava habituado e uma experiência cultural interessante (que fino dizer isto, caramba). Foi útil, mais que não seja, para perceber que Portugal ainda é um bom país para viver quando comparado com aquele em particular. Ver aquelas mulheres a tomar banhos de mar todas vestidas dos pés à cabeça e visitar a cidade mais próxima “Oujda” para perceber as condições de vida e mesmo de higiene daquela gente, devolveu-me alguma satisfação por ser português (grande Afonso Henriques!). A questão da religião é obviamente marcante e separa-nos bastante, uma vez que o Islão, para quem escolhe segui-lo à regra, é muito exigente e castrador para os nossos padrões. No entanto, percebi que algumas famílias de marroquinos que se encontravam no hotel (abastadas certamente, até a avaliar pelo parque automóvel do mesmo) não levavam a coisa tão a sério. As raparigas mais jovens, bonitas por sinal, andavam de fato-de-banho e vestiam-se num padrão mais europeu que contrastava com as mais velhas. Ao que parece, a castração do vestuário que só permite tréguas por detrás das paredes do lar, dá-se sobretudo com o casamento. Quanto aos homens, protegidos pelo manto da própria religião e cultura vigente, são embrutecidos e parecem todos profundamente arrogantes e machistas (mesmo os mais jovens) . O Rei (que aparece retratado em qualquer café ou estabelecimento ao estilo de Saddam) e o seu séquito, serão certamente os marroquinos mais felizes do país uma vez que parecem levar uma vida de 1001 noites e perfeitamente oposta dos restantes compatriotas.

É obvio que nós ficámos num resort com tudo incluído, o que acaba por configurar-se como uma redoma dourada que nos põe a salvo de verdadeiros choques culturais e onde tudo é preparado para padrões mais ou menos ocidentais. O hotel era muito bonito, o quarto espectacular e com vista mar, a praia óptima e a comida mediana (os marroquinos atiram-se a tudo com uma avidez sôfrega, e são eles de classe alta!), já o serviço (prestado por marroquinos, obviamente), deixava a desejar. Não me pareceram empregados muito desejosos de trabalhar ou com experiência ao nível de um 5 estrelas para os nossos padrões. É claro que nós e mais um grupo de valentes, como bons portugueses, tratámos de meter os gajos na ordem (quais Afonsos Henriques, pois claro) e logo reclamámos a escassez de Whiskey no bar ao que passado uma meia-hora, nos presentearam com uma garrafa (desta feita importada) e um frappé com gelo, gesto que de certa forma, lá acabou por compensar a coisa.

Valeu pela experiência a dois e foi tambem muito recompensador ao nível do convívio já que, desde a primeira noite, fizemos amizade com um grupo de malta do Norte espectacular e de quem trouxemos saudades e recordações de muita conversa e gargalhada diária e nocturna (fizemos a nossa própria festa da piscina com uma noite inesquecível onde já não via a Rita tão feliz há muito tempo). Esperamos sinceramente revê-los (noitada no Pachá em Ofir e no Casino da Póvoa obrigatórias, certo Eduardo e Edie?). Foi óptimo e hoje, que é Domingo e véspera de trabalho, hoje que o dia está súbita e apropriadamente cinzento como que a convidar à depressão, recordo tudo com bastante saudade mas com um profundo sentimento apaziguador de que nos divertimos p’ra caramba!!! E isso afinal, é o que mais interessa, certo? Shkrā a todos!.

5 de agosto de 2010

Amistad

Perder-me-ia, na certa, se ao tentar descrever algo como a amizade, me encontrasse, pelo contrário, em conjecturas como o tempo, espaço, materialismo ou intangibilidade. Mais seguro será falar de empatia, disponibilidade, experiência comum e cumplicidade.

Mais seguro ainda, será dizer que numa atitude normalmente trapalhona e desorganizada perante a vida, e como tal inocente, nos vamos deparando com pessoas que de um momento para o outro, ou de muitos momentos para outros, passam a fazer parte da nossa caminhada e assumem afinal, os nossos piores, melhores e sobretudo medianos registos…

Somos seduzidos por um momento de identificação com o outro, uma circunstância ou mesmo uma imposição e não raras vezes, damos por nós num destino paradisíaco comentando para o lado que conhecemos uma pessoa que a dada altura e em determinado ambiente se saiu com determinada coisa que nos fez imensa vontade de rir, o que por sua vez, nos faz lembrar do quão sozinhos estamos no mundo e o quanto precisamos de partilhar o melhor que nos acontece.

Estreitando o conceito, arriscaria que queremos partilhar o que é bom com quem nos conhece, nos deseja bem e reciprocamente amamos e, que assim sendo, acabamos invariavelmente por simplesmente desejar que esse alguém lá esteja. Talvez seja isto, basicamente, o que consideramos como amizade, esta lembrança e esta vontade que pode ser só solidão e que nem que seja para rimar, eu acho que não.

Ainda pergunto: Não é a amizade indissociável do amor? Pode-se falar de amizade sem amor? É esta integrante em tal conceito ou por outro lado una, com especificidades próprias? O que separa estes sentimentos? Daí eu confundi-los quando se trata de amigos, namorada ou família...amor e amizade têm que se confundir, ou não?

Eu arrisco até que a amizade é simplesmente a pureza na mais rara das suas formas e que assim é bom, que assim está bem e que não merece a pena descrevê-la. Aliás, sempre que escrevo, dou por mim, mais ou menos a meio, a pensar no sentido do que iniciei e confesso que raramente o encontro. Para não variar, sinto o mesmo, mas se o encontrares, esse tal do sentido, talvez sejas mesmo um amigo.

Home again...

De regresso com aquela sensação de que as férias estão a acabar mas com a compensação de ter curtido p'ra caramba!!! Também é bom voltar a casa e à civilização (na verdade estou um bocado cansado de marroquinices).

A praia era espetacular, o hotel óptimo mas o serviço deixava muito a desejar, os gajos são lentos, lentos, lentos...Nas visitas fora do resort, em especial, deu para perceber bem o atraso destes gajos e a diferença de cultura e religião. Valeu tambem muito pelo grupo do Nuorte que lá conhecemos, malta muito fixe com quem convivemos a semana toda...grande festa diurna e noturna!!! Abraço para o Eduardo, Edie e Ju, Ana, João, Raquel, Patricia, Fernando, Manuela, e Milú...vocês são demais! E por aqui, tudo bem? Venho com saudades de toda a gente...